Advertisement

Main Ad

GUARDA-REDES: Contexto de Atraso (Fundamentos)


Tenho vindo a desenvolver vários artigos (para consulta no blog Futebol Apoiado) sobre os vários contextos de jogo no que diz respeito ao Guarda-Redes e ao seu treino. Neste artigo venho-vos falar sobre o contexto de atraso ao Guarda-Redes.
Jogar com os pés para o Guarda-Redes é hoje em dia um requisito básico em qualquer equipa do mundo. É uma das capacidades que mais se tem desenvolvido no Guarda-Redes e certamente uma das características mais distintas do que chamamos um Guarda-Redes moderno. Independentemente do modelo de jogo: apoiado, direto ou em transições, o Guarda-Redes tem um papel fulcral em todos eles. O Guarda-Redes é um dos iniciadores do jogo e pode ser a primeira peça no processo de ataque. Qualquer que seja o estilo ou modelo de jogo há princípios que a meu ver são fundamentais no contexto de atraso.

      o   Cobertura Ofensiva: Nome bonito para um princípio essencial do futebol. Dar linha de passe ao colega de equipa. Mobilidade. Criar espaço.

      o   Zonas: Há zonas a evitar quando queremos dar cobertura ao nosso colega de equipa. A zona da baliza é de evitar (quando o contexto assim o permite). Mas também temos de perceber que quando começamos a sair demasiado fora da “nossa zona” estaremos a expor-nos. Uma referência simples é a linha da pequena área. Com isto não quero dizer que não haja momentos em que não vamos sair da “nossa zona”.

      o   Profundidade: Tempo e espaço são as duas variáveis que temos de relacionar. Se queremos ter mais tempo para decidir e executar confortavelmente este é um princípio base. “Baixar” ou “aprofundar” o posicionamento, criando uma distância maior de segurança para o colega e principalmente para os adversários, vai ajudar imenso na qualidade e conforto da tarefa.

     o   Orientação Corporal: Corpo aberto e orientado para o jogo permite um maior leque de oportunidades e aumentar a minha capacidade de ver o jogo.

     o   Comunicação: Verbal para comunicar ao meu colega que sou linha de passe, mas também gestual (o braço) para demonstrar onde quero a bola (em que pé ou em que lado do corpo).

      o   Campo de visão / Observar: Não conseguimos tomar decisões se não formos capazes de ler o jogo. E este é um ponto extremamente importante. Não olhar a bola ou os pés. Importante manter a cabeça levantada e constantemente “ler a envolvência” para possíveis linhas de passe ou adversários. Relaciona-se muito com o ponto sobre o corpo aberto.

     o   Leitura da pressão: Na sequência do que observo tenho que decidir onde está a pressão e como se está a posicionar perante os meus colegas. Quais são os indicadores que me estão a dar de pressão. Que linhas de passe estão a cobrir. E daqui irei sustentar a decisão do que fazer quando receber a bola.

     o   Zonas de referência: Muito relacionado com o modelo de jogo. Por norma as equipas terão determinadas linhas de passe pré-definidas, quer sejam curtas (lateralizar ou jogo interior) ou longas (na largura ou na profundidade). Vai dar ao Guarda-Redes o conforto de saber que caso não tenha outra solução pode e deve procurar essas zonas de referência.

     o   Receção orientada: Sim eu sei que nem sempre jogamos a dois toques. E muitas vezes seremos “obrigados” a jogar de primeira. Mas quando a cobertura ofensiva é bem realizada a receção orientada é primordial na qualidade de execução do passe. Claro está que quanto mais nos aproximamos da execução técnica tudo o que estava antes também é muito importante. A meu ver a receção orientada é uma arma importante que vai permitir orientar o jogo para onde quero e muitas vezes bater adversários da pressão e proteger a bola do adversário.

     o   Qualidade de passe: Este é o momento final. A execução. Claro está que sem qualidade de passe tudo o resto vai ao ar. Mesmo assim a importância de trabalhar os vários tipos de passe é importante em qualquer modelo de jogo. Porque eles vão acontecer.


Outro aspeto essencial a termos em conta é a lateralidade (capacidade de utilizar ambos os pés, tanto na receção como no passe) porque nos vai abrir o leque de oportunidades a explorar no jogo e criar indefinição em quem pressiona. Mais ainda, pode acontecer de por recurso termos utilizar o pé não dominante. Essencial é também a confiança dada ao Guarda-Redes e o seu à vontade e conforto com bola. Todos conhecemos Guarda-Redes que executam bem, mas não facilitam, e outros que para além de executarem bem mostram um conforto a executar, mesmo sob pressão, como se não fosse nada com eles. Pronto, e depois há os pezudos. Mas nem todos podem ser perfeitos.
Estas são as bases a meu ver fundamentais no contexto de atraso ao Guarda-Redes. Há muitos outros detalhes que podemos aprofundar e cá estarei para os desenvolver em próximos artigos. Estarei sempre aberto à vossa discussão e dúvidas que possam ter.
Não queria deixar de concluir este artigo sem vos deixar com um dos Guarda-Redes mais fascinantes no que vim a falar anteriormente. A ideia ajuda. Mas meus amigos, sem à vontade e qualidade nada disto seria possível. Irresistível!

Juntos somos mais fortes,


Miguel Menezes

Enviar um comentário

0 Comentários