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A Final da Liga dos Campeões Feminina – O Melhor Jogo da Época


                Wolfsburg e Lyon disputaram a final da UEFA Women’s Champions League pela quarta vez em oito anos, final disputada no Estádio San Sebastián em Espanha, casa da Real Sociedad.

França e Alemanha são os países mais representados em finais da competição, o que é um indicador da competitividade que existe nos campeonatos destes dois países. Esta prova, também ela condicionada pela pandemia COVID-19, teve também outra boa novidade, o Presidente do Lyon declarou publicamente que o prémio dado à equipa feminina foi igual ao valor dado à equipa masculina pela passagem às meias-finais ao vencer a Juventus.

No total, o Lyon conta com 9 finais e 7 títulos, o Wolfsburg 5 finais e apenas dois títulos. A equipa alemã apenas venceu as francesas na primeira final disputada em 2013, e o Lyon conquistou este domingo a 5ª Champions League consecutiva. Por tudo isto esperava-se uma final bem disputada com algum favoritismo para o Lyon por todo o historial na prova e por ser, uma das, senão a melhor equipa da Europa.  O triunfo do Lyon acabou por não se revelar uma surpresa para uma equipa com um orçamento invejável, com um conjunto de jogadoras das melhores seleções europeias e onde joga também a portuguesa Jéssica Silva (atualmente a recuperar de lesão).


Resumo do jogo:


O jogo começou com alguma ascendência por parte da equipa francesa perante as alemãs revelando-se uma equipa mais experiente e confiante com bola assumindo o controlo da partida desde cedo com alguns remates perigosos à baliza do Wolfsburg. O primeiro golo da partida surgiu aos 24 minutos de jogo numa jogada toda ela construída pelo corredor direito, Le Sommer responde a um cruzamento atrasado, a guarda-redes da equipa alemã consegue a defesa no entanto na recarga Le Sommer acaba mesmo por fazer o golo.

Apesar do mérito de construção e organização do Lyon, não deixa de existir alguma desconcentração e falta de reação por parte das jogadoras da equipa alemã uma vez que Le Sommer consegue a recarga entre duas jogadoras do Wolsburg. Esta negligência defensiva da equipa do Wolfsburg viria a sentir-se também no segundo golo das francesas.

Depois do golo sofrido a equipa do Wolfsburg tentou equilibrar a partida, mas nunca conseguiu criar perigo junto da baliza adversária e, já no final da primeira parte (43 minutos) o Lyon amplia a vantagem.

Num lance de insistência guiado pela nomeada jogadora do jogo (Delphine Cascarino) e com alguma indefinição por parte da defesa do Wolfsburg a bola sobrou para a entrada de área e de forma esclarecida Kumagai desfere um remate indefensável e faz um golo de belo efeito, o segundo do Lyon.



A superioridade do Lyon era inegável, mas, no futebol, não há resultado mais perigoso e enganador que um 2-0. Esperava-se uma segunda parte com um Wolfsburg a procurar o golo nos primeiros minutos para conseguir relançar o encontro. Apesar do resultado ao intervalo sentia-se que o Wolfsburg ainda podia ter alguma coisa a dizer nesta final, uma vez que é uma equipa com muita qualidade e com grandes valores individuais capaz de fazerem a diferença. Por sua vez a maturidade e experiência da equipa do Lyon, aliada à vantagem de dois golos deixava a equipa confortável para encarar a segunda parte com tranquilidade.

A segunda parte voltou a abrir com um domínio por parte do Lyon, com várias oportunidades de golo quase sempre pelos pés de Le Sommer e que a guarda-redes da equipa alemã ia negando. A resposta do Wolfsburg surge, por fim, ao minuto 57 com o golo de Alex Popp. Tínhamos falado de valores individuais da equipa do Wolfsburg e aí estão eles a fazer a diferença, Pernille Harder (que foi sempre a jogadora mais inconformada da equipa alemã) acelera e faz um passe para Fridolina Rolfo que já no limite da linha de fundo consegue o o cruzamento para uma defesa incompleta de Bouhadi e na recarga Pajor consegue novo cruzamento e Popp finaliza à boca da baliza. Estava reaberto o encontro.

Com mais de meia hora para o final do jogo e com o marcador em aberto a equipa do Wolfsburg ganhava força e motivação e começou a comandar a partida, assumindo as despesas do jogo, a posse de bola e a gestão da partida. O Lyon limitava-se, como equipa inteligente e experiente que é, a esperar por um momento de transição ofensiva onde pudesse matar o jogo. Apesar do domínio territorial do encontro o Wolfsburg não conseguiu criar grandes oportunidades de golo e, já nos minutos finais (7 minutos) o Lyon acaba por sentenciar a partida num lance fortuito, depois de um canto Le Sommer remata e a bola acaba por embater em Gunnardottir que acaba por fazer o 3-1 e termina com as incertezas no resultado.

O final acaba por ser justo e premiar a equipa com mais experiência e mais maturidade em campo. De enaltecer a qualidade do jogo mais esperado da época que, de certo, não desiludiu os amantes do futebol feminino. Um jogo bem disputado entre duas grandes equipas com grandes jogadoras (de destacar Karchaoui e Cascarino por parte do Lyon e Harper por parte do Wolfsburg) que lutaram até ao fim para saírem vencedoras desta grande final. Parabéns ao Lyon por mais uma conquista e, em particular, à "nossa" Jéssica Silva a primeira jogadora portuguesa campeã europeia de clubes!

                                          Daniela Costa                                       Juliana Almeida

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