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A frustração no desenvolvimento dos atletas

 


Quantos de nós já presenciaram atletas que num momento de frustração querem desistir? E aqueles atletas que querem fugir para outros contextos de sucesso? Na minha opinião, no futebol como na vida, qualquer atleta inevitavelmente é exposto a este tipo de sentimento e isso pode ser importante para o seu crescimento.



A frustração é algo negativo?

A frustração pode ser um obstáculo significativo para alcançar os objetivos desportivos. Muitos atletas, na formação e/ou profissionais, já experienciaram esse sentimento de frustração quando consecutivamente não se é capaz de obter um pretendido desempenho (físico, técnico, ou tático em contexto competitivo). Pessoalmente, prefiro atletas que se sintam frustrados do que atletas que se sintam indiferentes com o seu rendimento ou desempenho. Obviamente que cabe ao treinador ajudar os atletas a lidar com esse possível insucesso para não os deixar cair numa cadeia emocional negativa.

Existem também alguns clubes que apostam no trabalho dos escalões da formação que habitualmente lidam com algum insucesso (refira-se aqui insucesso como a derrota, embora saibamos que na formação pode não ser este o fator mais importante e não é apenas isso que conta) colocando os jogadores a competir no escalão acima para, por exemplo, criar um contexto de dificuldade e possível frustração para que no futuro, quando chegarem ao futebol sénior, estejam mais preparados para lidarem com isso. Além das dificuldades dentro do campo, os clubes fazem passar esses atletas por serem suplentes e até a ficarem fora dos convocados vários jogos, para também se preparem quando isso acontecer no futebol sénior. Atletas que são formados apenas em contextos de sucesso não estão preparados para o futuro e quando acontecerem as primeiras dificuldades irão preferir abandonar ou procurar outro contexto facilitador onde possam ter mais sucesso.



Como se pode ajudar os atletas?

Em idades jovens o papel dos pais parece-me ser fundamental. Os pais deverão ser positivos e ajudarem na procura de soluções quando os filhos ficarem frustrados e assim os jovens atletas provavelmente adotarão essa abordagem para a frustração. A formação, num todo, deve ajudar e explicar ao atleta que nos momentos de sucesso e de vitórias não está sempre tudo bem e nas derrotas ou em outros insucessos não está sempre tudo mal.

O treinador também tem um papel importante pois, a maneira como reagem à frustração dos seus jovens atletas também afetará a forma como eles aprendem a lidar com sua desilusão. Se os treinadores ficarem impacientes, a frustração dos atletas pode aumentar e transformar-se em raiva e desespero, impedindo ainda mais os jovens atletas de resolver os seus problemas. Se os treinadores responderem à frustração questionando o porquê de estarem insatisfeitos e discutindo como podem ajudá-los a lidar com isso, então os jovens atletas são mais propensos a acalmar e seguir o exemplo dos treinadores na procura de soluções.

É fundamental que os jovens atletas trabalhem com objetivos individuais e coletivos, estabelecendo metas e fazendo constantes reavaliação das situações. O foco não pode ser apenas a vitória, mas sim essas metas.

“Não deixes que as frustrações te dominem, domina-as! Faz dos erros uma oportunidade para crescer. Na vida, erra quem não sabe lidar com os seus fracassos.”


Rui Gomes

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