Serve também este artigo para assinalar dois
regressos de salutar, ainda que um seja a uma escala imensamente superior a
outra. Primeiro, o de José Mourinho, que motivou tantos, como eu, a quererem
aprender, estudar e investir no futebol para colocar em prática e passar pela
experiência de gerir um jogo, vivenciar todas as emoções que o jogo te traz e
poder ser um role model para o grupo de atletas que temos à frente. E com este
regresso vemos o José de outros tempos, o que está junto à linha, o que
interage, o que salta, o que desespera com um erro defensivo ou um falhanço em
frente à baliza, ou o que cerra o punho em festejo perante um golo importante.
Não aquele que se sentava no banco de Old Trafford, quase aguardando o final do
encontro, banco esse de onde disparou a correr festejando incessantemente
enquanto treinador do F.C.Porto. O outro regresso, a diferente escala, o
Futebol Apoiado, enquanto blog de discussão daquilo que é o fenómeno do
Futebol. E como cada vez se fala menos de Futebol, viva o Futebol Apoiado!
Em relação à temática do artigo: diz-me que
laterais tens, dir-te-ei como jogas. Partindo do exemplo do Flamengo de Jorge
Jesus e abordando os laterais do Liverpool e Tottenham, os dois finalistas da
última edição da Liga dos Campeões.
Do Flamengo de Jorge Jesus, atual campeão brasileiro, vencedor da Copa dos Libertadores e finalista vencido do Campeonato do Mundo, atentar ao facto de que os primeiros reforços de Jesus foram Filipe Luís, lateral esquerdo ex-Atlético de Madrid e Rafinha ex-Bayern. Logo aí verificamos a importância desta posição no jogo atual. Depois analisemos o jogo de Jan Verthogen e Serge Aurier do lado dos Spurs e de Andy Robertson e Alexander Arnold nos Reds. O primeiro é um falso lateral ou um central adaptado à linha se quisermos, o que, desde início, faz com que não seja um lateral ofensivo, obrigando Son a permanecer imóvel junto à linha, impedindo-o de criar jogo interior. Perante tudo isto, quem é requisitado para estes movimentos mais interiores é Lucas Moura, do lado oposto, tirando-o da zona onde pode desequilibrar mais, devido à sua velocidade e imprevisibilidade: a linha. Quando Lucas deixa a linha, a largura criada passa a estar a cargo de Serge Aurier, que apresenta limitações enormes para fazer parte dum elenco finalista de uma Liga dos Campeões, tanto a defender como a atacar. Mas como estamos a falar da vertente ofensiva, grandes dificuldades no desequilíbrio através do 1x1, fraco no passe e no cruzamento e uma capacidade de finalização muito longe da exímia, para a importância que tem no processo ofensivo da equipa de José Mourinho. São duas posições a reforçar certamente.
Do Flamengo de Jorge Jesus, atual campeão brasileiro, vencedor da Copa dos Libertadores e finalista vencido do Campeonato do Mundo, atentar ao facto de que os primeiros reforços de Jesus foram Filipe Luís, lateral esquerdo ex-Atlético de Madrid e Rafinha ex-Bayern. Logo aí verificamos a importância desta posição no jogo atual. Depois analisemos o jogo de Jan Verthogen e Serge Aurier do lado dos Spurs e de Andy Robertson e Alexander Arnold nos Reds. O primeiro é um falso lateral ou um central adaptado à linha se quisermos, o que, desde início, faz com que não seja um lateral ofensivo, obrigando Son a permanecer imóvel junto à linha, impedindo-o de criar jogo interior. Perante tudo isto, quem é requisitado para estes movimentos mais interiores é Lucas Moura, do lado oposto, tirando-o da zona onde pode desequilibrar mais, devido à sua velocidade e imprevisibilidade: a linha. Quando Lucas deixa a linha, a largura criada passa a estar a cargo de Serge Aurier, que apresenta limitações enormes para fazer parte dum elenco finalista de uma Liga dos Campeões, tanto a defender como a atacar. Mas como estamos a falar da vertente ofensiva, grandes dificuldades no desequilíbrio através do 1x1, fraco no passe e no cruzamento e uma capacidade de finalização muito longe da exímia, para a importância que tem no processo ofensivo da equipa de José Mourinho. São duas posições a reforçar certamente.
Já na equipa de Jurgen Klopp, os
dois melhores laterais da atualidade sobretudo pelo contributo ofensivo. Ambos
competentes na vertente defensiva é no momento atacante que se destacam. Foram
responsáveis por quase 40 assistências no ano de 2019 e se Robertson é muito bom,
Arnold é um regalo aos olhos e poderá ser um dos melhores laterais direitos já
vistos no futebol (21 anos). É rápido, lê bem o jogo e serve os seus avançados
como ninguém, os seus cruzamentos são intitulados como “meio golo” e aparecendo
em zona de finalização tem também facilidade em fechar a jogada. O jogo que fez
recentemente contra o Leicester atesta todas estas capacidades que fazem dele
um dos jogadores do momento.
Havia a ideia que o lateral era
aquela posição que ninguém queria pelo seu pouco envolvimento no jogo. Que
lateral era qualquer um e que por vezes qualquer médio incompetente, ou extremo
incapaz de ter minutos, poderiam virar bom lateral pela pouca exigência da
posição. Entendo que a importância do lateral aumentou consideravelmente nos
últimos anos e vai continuar a aumentar sempre e quando os treinadores tenham
estratégias de jogo corajosas e ofensivas. Entendo que esta posição continuará
a requerer jogadores fisicamente bem preparados, pois cada vez mais serão
costa-a-costa e cada vez melhores tecnicamente, sobretudo ao nível do
desequilíbrio no 1x1 e no passe, seja ele cruzamento ou não.
Não chego
ao ponto de dizer que teremos laterais candidatos a uma Bola de Ouro, mas diz-me que Laterais tens dir-te-ei como jogas.
Pedro Cardoso
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