Várias vezes digo esta frase: O mais
importante do Futebol serão sempre os Adeptos.
Todos sabemos que o futebol terá sempre a sua força, a sua imagem de marca e o seu “core” de atividade económica nos jogadores e nos treinadores. Cada vez mais os orçamentos e as motivações dos investidores dos Clubes e das Sad`s são feitos com uma certeza, que quanto mais valorizarmos os nossos jogadores e os nossos treinadores, maior capacidade teremos de investir e de crescer, e o sentido de negócio está no topo da pirâmide.
Mas, será que este foco e esta sagacidade enorme de se olhar quase de uma forma exclusiva apenas para os jogadores e para os treinadores fará sentido? Neste contexto, onde ficam os adeptos?
Vivemos um período (COVID-19), que desde o início não distingue estratos sociais, nunca se preocupou se atingia o rico ou o pobre e que todos devemos ser tratados de uma forma igual e com respeito.
Afinal os Adeptos, que neste momento estão impedidos de estar presente fisicamente nos estádios, são atualmente tema constante nas Flash Interview e Conferências de Imprensa. Importa salientar que estes mesmos adeptos são indispensáveis a dois níveis, quer pelo investimento que fazem para assistirem presencialmente aos jogos, quer pela sua vibração pois, sem eles, este desporto quase deixa de fazer sentido. Englobados em todos os estratos económicos desde os mais sensíveis até ao topo da pirâmide, estes adeptos são tantas vezes criticados (em alguns casos que assistimos percebe-se que a critica é justa e que o futebol não pode nem deve ter presente adeptos que ponham em prática emoções mal geridas, percebendo que este adepto a longo prazo não poderá ter lugar no futebol), mas será importante dizer que 90% dos mesmos são os que dão vida aos clubes, às cidades e que conseguem ter capacidade de analise e de valorização do jogo e, por consequência, dos jogadores e dos treinadores.
Mas será que os adeptos sempre foram bem tratados, valorizados e acarinhados pelos Clubes, pelas Sad´s, pelas SCUQ e pelos Dirigentes e Presidentes?
Hoje todos dizem que sentem falta destes, que sem estes o Futebol não fará sentido, que não existem emoções, que iremos ter um final de campeonato decadente e que podemos pôr em causa muita coisa. Mas será que as atitudes de quem faz parte das estruturas do futebol não estava há muito tempo a afastar cada vez mais o adepto, o sócio, o apaixonado e o interessado? Pensemos sobre isto:
- Discurso Inflamatório entre Clubes, Dirigentes e treinadores sem um único sentido de responsabilidade social de todos eles;
- Atitude e Postura demasiada economista e mercantil por parte das SAD´S e das SCUQ perante a relação dos clubes com os sócios e adeptos da própria cidade;
- Pouca Capacidade ou Coragem de todos os intervenientes do jogo discursarem com sentido de justiça e de afirmar a verdade dos factos e das interações que o futebol traz;
- Falta Gritante de Políticas de Aproximação do clube aos Adeptos e Sóciosn neste período de confinamento ficou ainda mais à vista a falta de criatividade dos Clubes e dos seus responsáveis de utilizar o Mundo Digital como uma “arma” demolidora para aproximar, apaixonar e despertar a PAIXÃO pelo Clube e pelo Futebol.
- Tirando os Grandes Clubes e as Grandes Massas de Adeptos que todos sabemos onde se localizam no nosso Futebol, será que já perceberam o porquê de cada vez mais existir menos paixão por parte de quem assiste, de por vezes se sentir um vazio de emoções nalguns estádios, de por vezes o adepto e sócio já não reagir às contrariedades do jogo de uma forma apaixonada e que por vezes era o “gatilho” para reverter atitudes e comportamentos de todos os elementos ativos do Espetáculo do Futebol.
Parar para pensar e perceber que algo tem que
mudar? No Futebol Inglês sabemos que existem muitos clubes a serem dominados
por grandes multimilionários mas, o que sabemos também é que esses mesmos
multimilionários fomentam uma cultura bem definida por todos, com regras dos
clubes e das suas histórias e da paixão que existe pelo o seu clube, terão como
regra base e fundamental trazer valor acrescentado ao clube a acima de tudo aos
adeptos e aos sócios que nunca poderão ficar de fora.
De fora estão agora os adeptos, por imposição deste momento universal, marcante e único e todos sentem a sua ausência. Contudo, não se pode perder a noiva e nada ter feito para que isso não seja uma realidade e depois dizer que seria com ela que seríamos felizes.
Os Adeptos e Sócios devem ser respeitados pois, são apenas isso, seguidores, fãs e simpatizantes dos Clubes, onde a paixão é a emoção que os move, não sendo detentores de conhecimento do jogo. Os Treinadores sim, esses é que têm que ter conhecimento do jogo, percebendo que este discurso de sentir a falta dos adeptos pode soar a demagogia pura.
O Futebol é feito para o Adepto e para o Sócio e terá sempre que ser esse o grande Foco dos Clubes e do Futebol em Si, porque poderemos estar a criar um Futebol Vazio, sem Emoção e sem Paixão.
O Futebol está de regresso, mas a chama ainda está muito fraca e sem força e fica a pairar que este clima se deve à falta de todos os adeptos, sendo estes conotados como os maiores responsáveis pela fraca qualidade dos jogos e pela falta emoção do jogo.
ESPEREMOS QUE TODOS OS CLUBES, DIRIGENTES E STAFF ATIVO DO NOSSO FUTEBOL, POSSAM PERCEBER QUE UM ESTÁDIO VAZIO E SEM ADEPTOS NUNCA SERÁ O OASIS DO GRANDE ESPÉTACULO QUE O FUTEBOL DEVE SER.
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