Otcho
Finalmente
temos o Futebol de volta e há sempre notas soltas que se podem tirar. Este
regresso pode servir para se estudar muita coisa devido à pandemia que ainda
vivemos e ao interregno de competição. Foram quase três meses, sem pré-época
digna de seu nome até porque jogos de preparação não houve. E quem sofreu com
isso?
Estava num rico jantar bem
acompanhado de amigos (luxos e mordomias, neste ano de 2020) e no final do S.L.
Benfica x Tondela F.C., coincidente com o início do Vitória S.C. referi que os
Guarda Redes eram os que pareciam estar a sofrer mais com essa mesma paragem
competitiva. Esta ideia causou alguma estranheza entre os presentes, apesar de
já ter sido proferida depois do erro de Marchésin que iniciou a derrota do F.C.
Porto em Famalicão. Sucedem-se a esta afirmação erros crassos de Douglas
(Vitória S.C.), Maximiano (Sporting C.P), Matheus (S.C. Braga), Kieszeck (Rio
Ave F.C.) e Ricardo Ribeiro (F.C. Paços de Ferreira). Não creio ter criado mau
presságio a estes competentíssimos guarda-redes, mas de facto a jornada não
correu de feição. Desde erros crassos na tomada de decisão a construir jogo, a
dificuldades a controlar a profundidade, tal como saídas dos postes menos
confiantes, esta jornada pode ser importante para se estudar a posição do
guarda-redes e a importância que tem ele estar perante a tomada de decisão… sem
grandes interregnos competitivos. Veremos se foi uma jornada que correu mal,
teremos mais umas quantas para avaliar.
Otcho virgula Otcho
Fugachos de Rúben Amorim em
Guimarães. Fugachos porque foi a espaços e foi a espaços porque foi em
Guimarães. Já se encontram na equipa algumas ideias do ex-S.C. Braga com o seu
3x4x3 a atacar. A equipa apenas assentou o seu jogo após o golo inaugural de
Sporar que continua a mostrar serviço, num jogo em que Jovane foi um Jovane que
nunca tinha sido até hoje. Falar de Eduardo Quaresma é falar de personalidade,
caráter e, claro está, qualidade. Se for sempre isto, não será sempre isto em
Portugal por muito mais tempo.
A ideia de jogo assente numa
saída arriscada desde trás com Max e a sua falta de qualidade de pés pode
dificultar o planeamento da próxima temporada, caso o talentoso jovem guarda
redes permaneça em Alvalade pois, neste momento parecem-me conceitos
incompatíveis. Já o miolo não se apresentou, em termos qualitativos, à altura
da ousadia estratégica de Amorim. Matheus Nunes e Battaglia não vislumbraram,
sobretudo com bola e Vietto é aquele jogador que jogo após jogo entendemos que
pode dar sempre mais.
E depois a subtil mensagem para
quem assina os cheques: por muitas e boas explicações que o Mister Amorim possa
dar, em cinco substituições usar duas, contra 10, é dar um sinal. E aí tem
razão, vontade não chega…
Otchentcha
Não vale a pena esta secção ser longa porque as imagens falam
por si. O regresso do campeonato escreveu-se de pé esquerdo em Francisco
Trincão e Marcus Edwards. Classe, irreverência, golos e qualidade muito acima
da média para o nosso campeonato. Um já é jogador do F.C. Barcelona e o outro
está vinculado ao Tottenham Hotspur F.C., respetivamente. Não admira, só admira
quem não é atento. Acredito que possam marcar o futuro do futebol nos próximos
dez anos. A seguir ambas as carreiras, com muita atenção.
Zero
Tive de usar este número para descrever os lamentáveis
acontecimentos do pós- S.L. Benfica x Tondela F.C.. É um fenómeno sempre
difícil de explicar quando um sócio ou adepto de um clube tem a capacidade de
ser o principal foco de instabilidade do seu clube do coração. Conceber que um
atleta vai render mais ou um treinador vai tomar melhores decisões apartir do
momento em que o bem-estar e segurança das suas famílias são postas em causa é
algo do arco da velha. Depois do ataque à academia de Alcochete acontece novo
episódio que, podia ter corrido muito mal. Estamos à espera que alguém morra?
Que mais, repito, mais alguém morra?
Pedro Cardoso |
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