Após dois meses de paragem o futebol masculino profissional iniciou a “pré-época”
para o retorno à competição e conclusão da I Liga em Portugal. No entanto, no
futebol não profissional, de formação e feminino a sede de voltar ao campo
continua após a paragem obrigatória já com um período de quatro meses.
Os clubes continuaram a trabalhar,
mas os estádios ficaram vazios e, com o aproximar do período habitual para
iniciar a pré-época as questões e dúvidas aumentam, mas o planeamento continua
a ser feito como se tudo fosse recomeçar normalmente… Irá a Liga BPI cumprir o
calendário estipulado e dar início à competição?
Embora todos tenham reservas relativamente a isso, alguns clubes já iniciaram a época 2020/2021 e outros estão prestes a recomeçar. Mesmo com todos os condicionamentos necessários e planos de contingência, a vontade de ver a bola rolar é enorme e os clubes demonstram preocupação nomeadamente com a preparação que as atletas terão para recomeçar. A maioria deu continuidade ao trabalho com treinos à distância individualizados, no entanto, todos sabemos da resposta física e do número de lesões que o retorno do futebol masculino profissional apresentou.
Embora todos tenham reservas relativamente a isso, alguns clubes já iniciaram a época 2020/2021 e outros estão prestes a recomeçar. Mesmo com todos os condicionamentos necessários e planos de contingência, a vontade de ver a bola rolar é enorme e os clubes demonstram preocupação nomeadamente com a preparação que as atletas terão para recomeçar. A maioria deu continuidade ao trabalho com treinos à distância individualizados, no entanto, todos sabemos da resposta física e do número de lesões que o retorno do futebol masculino profissional apresentou.
Sob pena de voltarmos a dar três ou quatro passos atrás quando,
finalmente, demos dois para a frente, importa ressalvar que a ânsia de voltar
aos relvados não pode, de maneira alguma, desculpar qualquer tipo de
facilitismo ou displicência.
Como apresentado no último artigo as diferenças entre as equipas dentro
da própria Liga BPI são evidentes e, concretamente neste aspeto, são ainda mais
gritantes. Quem trabalha de maneira profissional consegue, de forma eficaz, um
controlo absoluto no que toca a esta questão do Covid-19. As atletas fazem
testes, medem temperaturas regularmente, estão isoladas no sentido de estarem
presentes nos estágios da equipa e, portanto, sem qualquer tipo de contacto com
outras pessoas extra clube e então podemos dizer que estas equipas podem, de
forma segura, regressar aos seus trabalhos de preparação para a próxima época.
Contrariamente e, na sua maioria, é impossível as restantes equipas não
profissionais conseguirem ter este tipo de controlo sobre as suas atletas uma
vez que não é possível realizarem os testes e que as atletas estão
constantemente expostas nos seus trabalhos fora do ambiente futebolístico.
Neste sentido o caminho parece passar por um apelo á atleta para, de
alguma forma, tentar redobrar os cuidados e, por parte do clube, fazer uma
medição de temperatura antes de cada treino. Assumindo que, durante o treino,
as atletas estarão constantemente em contacto umas com as outras, ora não fosse
o futebol um desporto de contacto.
Esta é uma pré-época completamente atípica, por todas as razões e mais
algumas e, assim sendo, a preparação da mesma terá de ser obrigatoriamente
diferente.
Olhando para o tempo de paragem das jogadoras este foi, sensivelmente o
dobro do tempo dos outros anos. Posto isto, como preparar uma pré-época pós Covid
e após uma paragem de quatro meses?
O trabalho progressivo parece ser um dos “segredos”. Não faz sentido
começar uma pré-época com cargas elevadíssimas depois de uma paragem tão grande
uma vez que, mais tarde ou mais cedo as atletas vão-se ressentir e o número de
lesões vai certamente disparar. Assim sendo, é importante a elaboração dos
mesociclos e microciclos para um trabalho controlado e progressivo, diminuindo
assim a possibilidade de existência de lesões.
Que grandes estragos fez esta pandemia… perdemos o resto dos nossos
campeonatos, pararam os trabalhos da nossa seleção que tão bem evoluía,
deixamos de poder ver a qualidade do futebol feminino que se pratica no nosso
país, deixamos de poder ver as nossas estrelas nos relvados, deixamos de sentir
o nervoso miudinho de um domingo de bola, o cheiro do balneário, os gritos de
guerra, os apertos de mão, as moedas ao ar, os apitos, os cartões, as
picardias, o peso do equipamento… os golos e os festejos… tudo se perdeu.
Hoje estamos mais perto de voltar a recuperar tudo isto. Inicia-se agora
uma fase de preparação para aquilo que mais queremos que regresse, a
COMPETIÇÃO. Que regressemos todos e todas nas melhores condições físicas e com
toda a saúde do mundo, para que a bola volte a rolar e para que possamos voltar
a falar do futebol no feminino.
Daniela Costa Juliana Almeida
0 Comentários