Já estavam com saudades?
Aqui estamos nós outra vez então. E que duas semanas
estas.
Vamos começar por dizer que o Luís Filipe Vieira depois
de mudar de paradigma, encontrar a luz, ir passear à praia e por fim ter de
refletir com a família, finalmente foi capaz de encontrar esse treinador que
vai mudar o Benfica… ou seja, aquele que lá estava há 5 anos e que ele não quis
renovar.
Em resumo, quando há um projeto bem delineado, a coisa é mais fácil de
entender. Já cá voltamos, calma.
Contra tudo e contra todos, assim dizem os Portistas, O
F.C. Porto lá se sagrou Campeão Nacional. Título merecido, porque na realidade,
foi a melhor das piores equipas. Não quero com isto, retirar mérito ao Sérgio
Conceição, que obviamente continua a fazer um trabalho extraordinário, mas não
seria intelectualmente honesto dizer que este campeonato ficou marcado pela
qualidade e domínio. Não. Ficou acima de tudo marcado pelo COVID, e isso diz
muito.
Ironicamente, ou não, o jogo onde o F.C. Porto demonstrou maior força foi
mesmo no jogo contra o Sporting. Um jogo onde dominou a toda a largura, onde
controlou completamente os momentos de jogo e onde em momento algum, alguém
achou que aquele Sporting poderia ameaçar.
No dia que Porto precisava de dizer presente, fê-lo, e isso diz muito da
personalidade daquela equipa.
Uma equipa com processos simples, mas muito complicados de implementar. Uma
equipa com personalidade, força e intensidade. No fundo, 11 tipos que
personificam o Sérgio dentro de campo.
Já que estamos no Clássico, deixo uma nota breve ao
Sporting de Rúben Amorim. Tal como tenho vindo a dizer, este Sporting ainda não
tinha sido testado e, na minha opinião, ficou muito longe do que se exige a um Grande.
Não é por si só um problema, mas é fundamental que se tirem as ilações
necessárias deste jogo, e se entenda que é preciso mais do que uns miúdos, uma
tática gira e umas vitórias sofridas. Há muito trabalho a ser feito para os
lados de Alcochete porque não me vem à memória 2 jogadas com princípio, meio e
fim… e isso é preocupante. Sim, joga com três centrais, mas depois falta muito
para que o jogo esteja ligado, para que o Sporar esteja em jogo, para que o
duplo pivot seja capaz de construir, para que haja jogo entrelinhas. Há boa
vontade, mas para já é só isso. Trabalho bem feito até agora, mas muito ainda
pela frente.
Antes de irmos ao Benfica, deixar a nota para o
Famalicão, que se diz estar prestes a perder o CEO para o FC Porto. Esteve
muito perto de garantir já a Liga Europa. Com uma vantagem de golos, deixou-se
apanhar pelo Boavista de Daniel Ramos, que teima em chatear a malta toda. Já
não há paciência para este Boavista que insiste em não perder fácil. Deixem-nos
em paz!!
O Rio Ave apesar de ainda vivo nessa luta, também não
ganhou e, por isso, será interessante ver o vem aí na última jornada.
E o Aves? Welcome to the Portuguese Circus! É basicamente
isso. O circo do futebol Português no seu melhor. O futebol está doente e a
malta continua a assobiar para o lado. O Paulo Sérgio diz que não comem gelados
com a testa, e está bem. Fisicamente tenho alguma dificuldade em compreender
como é que algo se come com a testa. Mas, acima de tudo está tudo bem, porque
afinal o Aves deverá jogar, porque o Paulo Sérgio tem a certeza.
Vou usar uma expressão que tem sido muito utilizada nos
últimos meses “Vai Ficar Tudo Bem” ou então não, e se calhar um dia destes
comer gelados com a testa será o menor dos nossos problemas.
Já me ia esquecendo. O Custódio que deveria ser o próximo
grande treinador lançado por esse estável António Salvador, afinal só durou
quatro jogos, e acabou despedido num comunicado a falar dos árbitros, do
Sporting e, por acaso, também faz lá essa pequena referência ao despedimento do
treinador da equipa principal. Acima de tudo, continuam a trabalhar bem no
dirigismo Português.
Por falar em dirigismo, o Presidente do Benfica deu mais
uma lição de como ganhar pontos e parecer que tinha aquilo tudo pensado. Depois
de despedir o Lage que 5 minutos antes tinha dito ter apoio de todos e 5
minutos depois ter dito ao Presidente que ninguém o apoiava, quis o Pochettino,
e depois quis o Emery, e talvez tenha querido o Mourinho e o Marco Silva…mas
afinal só queria o Jorge Jesus, esse malandro que não apostava na formação, nem
dava dimensão Europeia ao clube. Sim, porque o Benfica mudou de paradigma com o
Rui Vitória, e por isso está tudo tranquilo. O Jorge Jesus vem para o Benfica
para jogar com os sub-23 e se for possível ainda ganhar a Champions. Diria que
toda esta novela é no mínimo “Made in Seixal”.
Não que seja alguém que merece muito do meu tempo, mas
adorei ver o Pedro Guerra dizer que era um dos dias mais felizes da sua vida,
porque o Jorge Jesus foi do melhor que passou pelo Benfica, foi alguém que deu
dimensão ao Benfica, e é dos maiores da história do clube. O mesmo Pedro Guerra
que durante anos, a convite do Benfica ou talvez por iniciativa própria, tentou
destruir a imagem do Jorge Jesus enquanto estava no Sporting. Enquanto estes
forem aqueles que têm audiência, na realidade acho que gelados com a testa não
seria uma cena de descartar.
Para fechar, deixar as coisas boas do futebol, e um
cheirinho do balneário que tanto nos diverte:
1.
Bruno Fernandes joga tanto que chateia. A facilidade com que se afirma num
Man Utd que não tinha ideias e agora parece que sabe jogar à bola é gritante;
2.
O FC Porto jogou com o Sporting, tendo 2 ou 3 miúdos de muita qualidade a
jogar. Não podem ser todos Ronaldos, mas é sempre bom sinal quando os clubes
dão oportunidades a jogadores jovens em jogos destes. Grande Sérgio! ;
3.
Temos aí uma complicadíssima luta pela manutenção, com clubes que antes do
COVID nunca achariam estar nesta luta. O Futebol é isto, e isso sim deveria ser
o que as televisões dão mais ênfase;
4.
A Juventus joga tão pouquinho que quase faz parecer que o campeonato
Italiano é o mais competitivo da Europa. Fica, no entanto, um muito obrigado à
Atalanta e ao Sassuolo… que jogam tanto. Onde andava este Gasperini?
5.
O Real Madrid lá ganhou a La Liga, e o Zidane sem nunca ser capaz de criar
uma equipa que jogue mesmo à bola, lá vai somando títulos que quase o faz
parecer o sucessor do Johan e o maior treinador da história do futebol. Isto há
cá coisas…
Foi longo, mas foi bonito. Fica este cheirinho para que
não se esqueçam do futebol de bancada.
Um grande abraço, Foi longo, mas foi bonito. Fica este cheirinho para que
não se esqueçam do futebol de bancada.
Um grande abraço,
Rui Pedro Silva |
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