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8a Jornada - LIGA BPI

 


A 8ª Jornada da LIGA BPI reservou várias surpresas. A derrota do líder no dérbi de forma contundente, um Marítimo a consolidar a sua posição e a demonstrar que é uma equipa a ser tida em conta, um RP em momento de afirmação e várias jogadoras a começarem a destacar-se das demais. Uma ronda repleta de emoção e com muito para analisar! Esta é a LIGA BPI!


SL Benfica 1-3 Sporting CP


Esta jornada reservava o dérbi entre os dois rivais de Lisboa, SL Benfica e Sporting CP. Esperava-se um jogo repleto de momentos de emoção e com bons momentos de futebol e duas equipas em momentos diferentes de maturação. O SL Benfica, atual campeão nacional com processos consolidados e a equipa em constante rotação, disputando o acesso à fase seguinte na Liga dos Campeões e o Sporting CP, equipa que se atrasou logo de início na luta pelo topo da tabela, mas que tem vindo a estabilizar o 11 tipo e a subir de produção o seu nível de performance.

O jogo teve início com um Sporting determinado e conhecedor do que teria de fazer para levar de vencida o seu rival. Logo no primeiro minuto, canto estudado com cortina na zona central do SL Benfica e Diana Silva a vir de trás a cabecear e a fazer o primeiro para as leoas.

O Benfica tentava responder através da velocidade de Jéssica Silva, mas os passes não estavam a sair na perfeição. O Sporting por seu turno veio para o jogo com a lição bem estudada! Apresentava-se no momento defensivo num 1-4-2-3-1 com destaque para a inclusão híbrida de Fátima Pinto tanto como 2a central como em alguns momentos de pressão no duplo pivôt do meio-campo e também para o posicionamento de Diana Silva atrás da "avançada". Além disso, no momento ofensivo o Sporting mantinha a conhecida construção a 3 (1 Central e 2 Laterais) apresentando-se numa espécie de 1-3-5-2 em alguns momentos. O grande segredo na forma como o Sporting conseguiu condicionar o jogo das encarnadas passou para além da agressividade no momento de pressão, na forma como sufocou as médias do Benfica, posicionando-se mesmo quando o Benfica se encontrava em construção, com as linhas bastante próximas e subidas. Esta atitude provocou desconforto e gerou erros na defensiva das Campeãs Nacionais, gerando por vários momentos a sensação de falta de criatividade e ideias para superar o lado estratégico envolvido neste jogo.

Com um meio-campo mais amarrado e um lado esquerdo em sofrimento perante a superioridade que o Sporting ia evidenciando, destacava-se Ana Borges e Olivia Smith. A primeira porque sempre que o Benfica tentou esticar o jogo, viu a experiente lateral a cortar e deslizar com mestria, não dando espaço para a criação de perigo pelo seu lado, secando Nycole por completo. A segunda porque os melhores lances acabariam por vir sempre do seu lado, dando continuidade ao momento que atravessa e afirmando-se cada vez mais dentro da dinâmica leonina.

O Sporting acabaria mesmo por chegar ao segundo golo, dando continuidade às dificuldades sentidas pelo Benfica desde o início da partida. Em lance dentro da área, Catarina Amado e Laís hesitam sobre quem cortaria a bola e Jacynta acabou por antecipar-se e rematar para defesa de Lena, mas Neto vê a bola a sobrar-lhe para os pés e marcou o segundo da partida.

A partir daqui as dificuldades viriam a ser mais evidentes. Amado ficou afetada pelo lance do golo e falhou alguns passes quando o Benfica tentava construir e cometeu uma ou outra falta em zonas proibidas.

No entanto, apesar de ficar sempre a ideia de que o Benfica estaria a chegar com poucas unidades no ataque, não se pode nunca descurar os momentos de transição e dar espaço para Jéssica Silva usufruir da sua velocidade. O Benfica, num dos raros lances que consegue esticar o seu jogo com eficácia, vê Faria a colocar no espaço e Seabert (até ao momento a controlar muito bem a profundidade), acaba por não chegar a tempo e derruba Jéssica. Penalti assinalado e convertido por Carole de forma exímia perto do intervalo.

A segunda parte trouxe algumas alterações na abordagem do Benfica. Alidou passou para a esquerda e Laís para central do lado esquerdo, estancando dessa forma o perigo que vinha a ser criado até então por ali. Além disso, Alidou envolveu-se muito mais na manobra ofensiva a partir do corredor esquerdo, criando algumas dificuldades.
O Benfica percebeu que não necessitava de um quarto elemento (Alidou) por dentro para controlar o quadrado que o Sporting vinha a introduzir no seu jogo e procurou assentar o jogo mais perto da baliza adversária. A entrada de Kika para a frente de ataque acabou por dar mais soluções e colocar em sentido a defensiva leonina, não permitindo a tantos momentos de exposição do espaço como anteriormente.

Os índices de agressividade também aumentaram e a disputa pela bola ficou cada vez mais cara. Após um lance de várias disputas seguidas (fica a sensação de que a falta deveria ter sido assinalada ao contrário antes), o Sporting sai em criação e após circular com calma, coloca na esquerda onde Jacynta encontra Capeta e esta ao conduzir por entre várias defesas consegue o espaço para rematar e fazer o terceiro do encontro.

A partir daqui Kika após bom lance dentro de área e com uma receção fantástica tirou a defesa norueguesa Norheim da frente, mas permitiu a defesa de Seabert. Antes do final da partida, em decisão duvidosa, Ucheibe viu o seu golo de cabeça ser anulado por falta anterior de Alidou sobre Olivia Smith.

O Benfica tentou empurrar o adversário para trás, mas sem sucesso. A defensiva leonina lidou bastante bem com todas as incursões encarnadas e até final não criou lances de maior para inverter o resultado.

Destaques do lado do Benfica para Lena Pauels (segurou a equipa na pior fase e deu soluções com bola nos pés), Lúcia Alves (foi sempre o elemento mais agitador) e Faria (tentou agarrar o meio e levar a sua equipa para a frente). No lado do Sporting várias boas exibições. Norheim (importante nas várias ações defensivas em que foi colocada à prova), Borges (controlou as ações do seu lado), Jacynta (esteve em dois lances de golo e não deu tréguas no momento com bola), Smith (criou desequilíbrios importante com bola e espalhou o terror com a sua capacidade de desequilíbrio), Diana Silva (importantíssima no momento com e sem bola, na forma como equilibrou a sua equipa) e Cláudia Neto (a experiente internacional pressionou de forma inteligente e associou-se bem no momento ofensivo).


CA Ouriense 0-0 SF Damaiense


Frente a frente estavam um Ouriense que vinha de um precioso empate e um Damaiense que após a mudança de equipa técnica ainda não conhecia o sabor da vitória.

Um início de jogo bastante confuso e revelador das dificuldades que habitualmente se sentem em quem joga em Ourém. Muita bola pelo ar e passes fáceis falhados nos primeiros minutos, demonstrando um Ouriense com claras dificuldades na construção e um Damaiense com a máquina ainda por olear, alterando alguns procedimentos no momento com bola, mas que ainda não se encontram claramente consolidados.

Cameirão deu nas vistas e teve por três vezes oportunidade para inaugurar o marcador. Primeiro após uma boa movimentação na direita, infiltrou-se bem e conduziu descaída pela direita, mas permitiu a defesa de Ana Rita Oliveira. Depois, duas tentativas em remates de fora de área que também não lograram sucesso.

O Damaiense procurou assentar o jogo e tentou alargar ao máximo a sua manutenção da posse. Dani Santos tentava encaixar nas centrais para dar ainda mais largura e Rajaee quando dava entre central e lateral. Além disso, tanto Rajaee como Cameirão procuravam criar superioridade com movimento de rutura entre defesas pelo lado direito do seu ataque. O espaço que Marta libertava com a sua movimentação também era importante por isso.

Lidiane também testou por duas vezes a baliza adversária com remates de longe, mas Ana Rita Oliveira disse sempre presente.

Na segunda parte, o Ouriense procurou mudar alguma coisa na dinâmica ofensiva e Haakenson entrou ao intervalo. Esta mudança colocaria em sentido a defesa do Damaiense porque Haakenson foi importante a fechar o corredor, pressionando, ganhando bolas e impondo maior presença física no último terço, além da sua verticalidade com bola, mas para além disso, também pela presença de Lorena no centro do ataque.

E assim surgiram os lances de perigo para a equipa de Ourém. Primeiro Haakenson recuperou na direita e isolou Lorena que perante Adriana não conseguiu inaugurar o marcador. Depois após boa iniciativa na esquerda, dentro de área e com Adriana só pela frente Haakenson não conseguiu finalizar com sucesso.

O Damaiense procurou responder colocando mais gente dentro de área, mas ainda assim não conseguiu finalizar nenhuma das situações criadas. Cameirão (melhor exibição da época) tentou de longe, mas sem sucesso e Melany com um cabeceamento também não conseguiu fazer melhor. As bolas iam entrando no último terço até fim do jogo, mas o empate não se viria a desfazer.

Destaques para Ana Rita Oliveira (defendeu tudo o que havia para defender) Eliadis e Swenson (importantes a conter a ofensiva da Damaia) e Haakenson (a sua presença faz do Ouriense uma equipa melhor e mais perigosa). Cameirão (muito importante na forma como se disponibilizou para o jogo, serviu as suas colegas e tentou desfazer o nulo), Rajaee (tentou construir e apareceu bem no último terço a criar superioridades, dispondo-se a servir as suas colegas), Raquel Ferreira (importante no equilíbrio e nos desequilíbrios criados a partir de boas combinações) também se destacaram do lado do Damaiense.


Marítimo Madeira 4-1 SC Braga


Jogo grande na Madeira. Esta jornada colocava frente a frente os atuais 3º e 4º classificados da LIGA BPI. Duas equipas em momentos diferentes e com dinâmicas diferentes. Um Braga que sofreu a primeira derrota no campeonato na jornada anterior perante o campeão nacional e um Marítimo que após um início mais tremido, encontra-se numa dinâmica de consolidação de jogo e de vitórias.

O jogo começaria a todo o vapor e cedo o marcador se viria a inaugurar. O posicionamento de Telma na esquerda acabou por resultar desde cedo. Bola na esquerda com Telma a ter Sissi pela frente e a sacar um cruzamento que vai desviado demais e acaba por beijar a barra, sobrando para ex-Braga Laura Luís que sem oposição marcou o primeiro para a sua equipa.

O Braga procurava responder e Ana Rute serviu Kehrer em desmarcação, mas à saída de Bárbara esta rematou muito por cima da barra.

Telma na esquerda ia continuando a criar imensos desequilíbrios com a sua velocidade e raça (não dá um lance por perdido). Um detalhe que se viria a revelar importante é que cedo amarelou a sua adversária direta Sissi.

À passagem do quarto de hora o Braga viria a chegar ao empate, mas a sequência do lance deixaria um amargo na boca. Canto batido da esquerda por Vânia Duarte e Melissa cabeceia para a baliza, aproveitando uma má abordagem de Bárbara e restabelecia o empate. Um lance que viria a ditar a expulsão de Sissi pois, a lateral após a bola entrar na baliza envolveu-se numa disputa infeliz com Catarina Abreu e acabou por ver o segundo amarelo e a consequente expulsão.

Este lance seria decisivo para a partida também pela decisão imediatamente seguinte da equipa técnica do Braga em colocar Efih na lateral direita, facilitando a tarefa às avançadas do Marítimo e principalmente Telma Encarnação, que se já estava a criar problemas antes da expulsão, então depois viria a espalhar completamente o pânico.

Duas jogadas que se sucedem e que eram demonstrativas daquilo que o Braga iria sofrer. Num primeiro lançamento para as costas, Telma recebe e isola-se desde o meio-campo quase e à saída de Patrícia Morais remata por cima (Laura Luís estava sozinha ao seu lado), mas o lance seria anulado por fora de jogo. A questão é que logo de seguida, Sofia Silva lança longo para as costas e Telma recebe em desmarcação e leva a bola até perto da baliza dando ao lado para Laura Luís bisar na partida.

Era um Braga que ia tentando manter a bola e o Marítimo até o permitia pois, esperava precisamente pelos erros e falhas que se estavam a suceder para depois ferir o seu adversário em ataques rápidos.

Perto do intervalo, seria precisamente dessa forma que o Marítimo iria aumentar a vantagem perante um Braga sem ideias e muitas incertezas na sua forma de jogar. O Braga tentava circular a bola e perceber por onde entrar para criar perigo, Patrícia Morais a jogar com bola mais adiantada, mete longo e o Marítimo recupera a bola cabeceando para Telma que de primeira do meio da rua rematou para a baliza deserta do Braga, marcando um golo espetacular e ao seu jeito!

Ainda antes do intervalo Telma baixou para receber num lançamento lateral no corredor esquerdo, rodou e com o corpo ganhou a vantagem aumentando logo a passada e lança no espaço para Laura Luís. Esta conduz e corta para o interior, rematando para o poste mais longe e a bola acaba por embater nele antes de sair. Ficou à vista o dilatar do marcador!

As oportunidades continuavam a suceder-se. Pouco depois mantinha o Braga a posse e Melissa coloca um passe contra Telma e a bola sobra no espaço, ganhando em velocidade à defesa a avançada chega mais rápido à bola e remata de primeira de pé esquerdo, outra vez do nada e Patrícia Morais a recuar defendeu como conseguiu para canto.

O Braga mantinha a defesa muito alta e com graves problemas no controlo da profundidade, não estando sequer a linha de fora de jogo a resultar durante a primeira parte. Muita distância e mau posicionamento da linha defensiva levavam a tanta facilidade e não deixavam augurar nada de bom para a segunda parte.

Ao intervalo, o Braga acabou por corrigir colocando Peace na frente e entrou Tânia Rodrigues para a direita. O Marítimo de forma inteligente retirou Catarina Abreu de campo e passou Frederiksen para a lateral, evitando um sobrecarregar sobre Catarina.

O Braga estava a conseguir acercar-se da baliza, mas sem grandes efeitos. Peace do meio da rua rematou e Bárbara estirou-se para defender para canto. O problema é que o Marítimo era feroz na forma como atacava a baliza e acabaria por alargar a vantagem. Recuperação de bola sem grande pressão imediata do Braga e a bola entra em Jaleca no centro do terreno que em dois toques colocou para Telma correr sobre a direita e rematar cruzado já na área para bisar na partida.

No momento quase imediato o Braga continuava com dificuldades no controlo da profundidade e em acompanhar as avançadas do Marítimo. Recuperação da equipa madeirense, boa variação da direita para a esquerda onde aparece Telma a dar metros às defesas e rematar para boa defesa de Patrícia Morais.

O Marítimo não facilitou a tarefa. Nicole uma pequena guerreira no meio a ganhar bolas e a distribuir o jogo da equipa, enquanto Paula Fernandes na defesa fazia uma grande exibição não facilitando a missão das avançadas bracarenses. Do lado do Braga, Ana Rute ia tentando levar o jogo da equipa para a frente, mas a equipa não acompanhava.

As oportunidades sucediam-se, mas o resultado não se viria a alterar. A grande exibição de Telma ainda poderia ter sido coroada por mais duas vezes antes de sair, mas não conseguiu finalizar com sucesso, ainda que fosse ela contra o mundo nos dois lances.

Jogo difícil para a equipa do Braga, destacando-se Ana Rute (tentou que a sua equipa fosse atrás de outro resultado, mas sem efeito). Do lado do Marítimo, grande exibição de Paula Fernandes (muito certinha com e sem bola), Sofia Silva (tirando um erro de excesso de confiança na abordagem, esteve muito certa também), Frederiksen (a jovem jogadora seja a lateral seja a extrema consegue pisar terrenos ofensivos com facilidade e quando tem de defender não se acanha), Joana Silva (confiança com bola e atrevimento para fazer a bola andar e chegar à frente), Nicole (preencheu o meio e quis sempre a bola, Laura Luís (enquanto teve pilhas formou uma dupla terrível com Telma, estando cada vez melhor na finalização e na chegada à baliza) e Telma Encarnação (enorme exibição e o consolidar de um talento imenso, em que a sua natureza selvagem fazem mossa e a definir bem por vários momentos).


Clube Albergaria 2-4 Valadares Gaia FC


Jogo em que o Valadares trazia a lição bem estudada e desde cedo tentou explorar as falhas defensivas do Albergaria. O posicionamento de Malu mais sobre a esquerda do ataque e a liberdade com que as laterais estavam a voar vindas desde trás para aproveitar o espaço ilustravam o plano delineado para o jogo.

Cedo se percebeu ao que vinha o Valadares, que procurou chegar a uma vantagem confortável o mais rápido possível. E assim foi, após um lançamento na direita a bola chega a terreno interior onde Cris se encontrava e assim que viu a linha defensiva alta e com os apoios desorientados (pouca preparação para este momento), soltou em Malu que em desmarcação recebe e faz o primeiro.

Logo de seguida, Malu recebe na esquerda e com um bom pormenor arranca em velocidade e à saída de Sheppard desviou, mas com pouca força e permitiu o corte da defesa de Albergaria.

O Albergaria procurava congelar a posse e acalmar a partida, mas evidenciava algumas dificuldades em construção. Procurou também condicionar o jogo adversário pressionando alto, no entanto, sem grande sucesso.

O Valadares acabaria mesmo por chegar ao segundo. Outra vez Cris a receber em espaço interior e a soltar entre central e lateral, vindo o comboio Queiroga a toda a velocidade a receber no espaço e com toda a calma ampliar para o segundo da partida.

Contra a corrente do jogo, o Albergaria acabaria por reduzir essa vantagem. Lewis (quem mais?) conduz a partir da direita em direção ao interior e de pé esquerdo solta na perfeição para Healy e esta depois de ganhar a frente a Ema remata para o poste mais próximo (Seppi fica muito mal na fotografia), marcando o primeiro da partida para a sua equipa.

Quase de seguida, Healy é novamente servida após movimento igual ao do golo, mas desta vez Healy respondeu com sucesso à chamada e agarrou a bola sem dificuldade.

A segunda parte chegou a todo o vapor com o Albergaria a tentar chegar ao empate. Mais assertivo na forma de pressionar, alternando a cobertura defensiva entre as médias e extremas (principalmente do lado esquerdo entre Pipa e Healy).

Logo no início da segunda parte, após corte deficiente da defensiva do Valadares, a bola acaba por sobrar para Andreia Freitas que coloca em Healy e esta dentro de área tenta o remate de esquerdo e Pipa ao ver a bola passar à sua frente acaba por empurrar para o segundo da partida.

O Valadares até poderia ter chegado desde logo à vantagem por Queiroga, mas Cristina Ferreira estava em fora de jogo no início da jogada.
Daqui em diante e com a entrada de Rita Dias, o Valadares voltou a ganhar força. A sua presença no corredor voltou a criar dificuldades à defesa do Albergaria pela sua constante saída no 1vs1, acabando também por soltar Mégane novamente no corredor.

O Albergaria ainda viria a ameaçar por Healy, mas Seppi agarrava o resultado e seria mesmo o Valadares a voltar a colocar-se na frente.
Variação de jogo da direita para a esquerda, onde Mégane aparece vinda de trás sozinha (o posicionamento de Rita Dias foi importante para prender dentro a lateral) e esta remata cruzado, aparecendo Malu vinda de trás para marcar o terceiro para a sua equipa.

O jogo mantinha-se em aberto, no entanto, este terceiro golo parecia ter sentenciado a partida. Talvez por ter relembrado o Valadares sobre como ferir o seu adversário.

A realidade é que o quarto golo chegaria pouco depois. Érika recuperou a bola na esquerda, Cris pega na bola e olha para a frente vendo muito espaço para Malu correr e coloca-lhe a bola, apanhando novamente a defesa subida e mal posicionada e Malu à saída da distante Sheppard faz-lhe um chapéu a assinalar o seu hattrick no jogo.

No Valadares destaque para as boas exibições de Mégane (muito solta no corredor e num constante vaivém), Queiroga (o segundo golo é demonstrativo daquilo que as laterais tinham de fazer neste jogo), Barboz (dominou o meio enquanto teve pernas e teve vários pormenores deliciosos), Cris (a bola ganhou olhos nos seus pés - 3 assistências), Malu (foram 3 e podiam ter sido 5, tal a facilidade em desmarcar-se das defesas) e Rita Dias (importante a desbloquear a partida com a sua capacidade de desequilíbrio). Do lado do Albergaria destaques para Healy (a mais interventiva e perigosa no último terço), Pipa (grande momento de forma), Andreia Freitas (não parou de pressionar e tentou levar a sua equipa para a frente) e Kiki (tentou andar um pouco por todo o lado a recuperar bolas e a ser importante em construção).


            Racing Power FC 3-0 SCU Torreense


Um jogo que colocava frente a frente duas equipas a quem são esperadas grandes coisas para esta época.

O Racing a apresentar-se novamente com um 11 tipo como tem utilizado e o Torreense com algumas novidades no 11, destacando-se a saída de Jassie Vasconcelos e Leonor Faria.

Uma primeira parte sem grandes oportunidades de golo, mas muito disputada. Um jogo com claro pendor para o Racing Power que acabava por ganhar mais primeiras e segundas bolas e pressionar de forma a ganhar muitas bolas ainda no meio-campo do Torreense. A equipa de Torres Vedras não se sentia confortável com a abordagem mais física e intensa por parte do Racing Power e com isto, mesmo nos momentos em que tinha bola, nunca conseguiu colocar a bola no chão e ter alguma calma, procurando fazer tudo de forma rápida e atabalhoada.

O Racing acabou por conquistar um penalti a meio da primeira parte, após saída totalmente descabida de Janny que acaba por derrubar Evy. A internacional na conversão acaba por bater demasiado colocado e acerta na trave mantendo o resultado a zero.

Maria Ferreira ia tentando através de situações individuais criar algum desequilíbrio, Daniuska tentava dar alguma calma à sua equipa e estava sempre disponível para ter bola, enquanto Carolina Correia e Walker iam cortando tudo o que lhes aparecia.

Do lado do Racing, o trio do ataque mantinha a mobilidade que lhes é caraterística e utilizava a intensidade na ação com bola e velocidade para criar perigo, ainda que a definição tenha estado particularmente mal nesta primeira parte.
Quintana após um cruzamento, vê a bola sobrar-lhe à entrada de área e remata por cima. E, ainda antes do apito para o fim da primeira parte, Campino bate um livre lateral perto da área na direita e Ayala cabeceia à trave, antecipando-se a uma má saída de Janny.

A segunda parte veio demonstrar ainda mais a diferença exibicional entre as duas equipas. Ao intervalo Carvalhas deu o lugar a Realista e esta substituição acabou por desbloquear o jogo.

Com a entrada de Realista, as três do meio-campo acabaram por subir ainda mais no terreno e cilindrar autenticamente o meio-campo do adversário. Foram inúmeras bolas ganhas no meio-campo contrário e além disso procuraram chegar ao último terço para criar mais dificuldades ao adversário.

O primeiro golo viria precisamente num lance em que o Racing coloca algumas jogadoras dentro de área e numa jogada de insistência de cruzamentos, Evy deixou para Sini que dentro de área rematou de primeira e inaugurou o marcador.

O RPower não descansou e procurou aumentar a vantagem. Num primeiro momento Evy rematou ao lado, mas a jogada seguinte é muito elucidativa da forma como o RPower ganhou o jogo. Pontapé de baliza batido, o Racing ganha a primeira bola, Carolina Correia corta novamente de cabeça e Realista antecipa-se na pressão a Daniuska, sobrando a bola para Vetter que sem pensar rematou de fora de área para um belíssimo golo.

A equipa do Torreense mantinha-se com muita dificuldade em lidar com a pressão exercida na primeira linha por Vetter e Realista veio ajudar muito nesse capítulo da pressão, empurrando a equipa para a frente.

Até fim da partida, Evy rematou dentro de área e Samara com o braço no ar acaba por cometer penalti, convertido eximiamente por Quintana.

O melhor que o Torreense conseguiria seria um remate fora de área de Jassie, ainda que sem perigo.

Do lado do Torreense os destaques vão para Carolina Correia (tentou construir e teve vários cortes de qualidade), Daniuska (a espaços apareceu para tentar acalmar a equipa, mas não conseguiu acompanhar o ritmo) e Maria Ferreira (sempre que lhe entregaram a bola ela sorria nos seus pés). No RPower, destaque para Vetter (impressionante o quanto pressiona e luta durante o jogo, marcando ainda um belo golo), Realista (entrada importante), Sini (desbloqueou a partida e impôs-se no centro do terreno) e Evy (inconformada nas suas ações procurou desequilibrar).

 


Lank Vilaverdense 1-2 FC Famalicão


Esta jornada reservava também um importante jogo entre duas equipas afundadas na tabela e a necessitarem de pontuar com urgência.

O Famalicão que se apresentava no primeiro jogo sem Miguel Santos no banco e o LANK a apresentar-se num 1-3-5-2 com Laura desta feita a apresentar-se a fechar no corredor esquerdo.

O Famalicão cedo viria a chegar à vantagem. O Lank encontrando-se em fase de construção, viu Joyce receber e perder a bola após pressão de Pavlovic, que após recuperar conduziu e entregou para Betinha marcar o primeiro.

Este golo até poderia trazer algum conforto à equipa famalicense, mas bem pelo contrário. Logo de seguida, o Lank chegaria ao empate após boa jogada de envolvimento. Joyce jogou vertical no apoio frontal de Gabi, esta solta em Faty (aproveitando o facto de Smith se encontrar mal posicionada e a colocar toda a gente em jogo) e a esquerdina a soltar no momento certo para Laura repor a igualdade no marcador.

O jogo voltava a equilibrar-se e o Lank a acreditar. Com nova assistência de Gabi, Nhu isola-se, mas perante a guarda-redes permite a defesa, no entanto, na sequência conseguiria meter a bola na baliza. No fim da jogada o VAR viria a intervir e a encontrar um fora de jogo de Nhu no início da jogada.

O meio-campo do Famalicão ia começando a impor-se e a equipa ia conseguindo estabilizar, controlando mais com bola até fim da primeira parte.
Maksuti avisaria num primeiro livre em que Letícia se sai com demasiada confiança (sofreu falta), a marcar, mas o lance a ser anulado por falta.

Até que perto do final da primeira parte, novo livre batido, saída a punho em falso da guarda-redes e Maksuti no sítio certo a colocar a sua equipa em vantagem.

A segunda parte trouxe um jogo marcado por muitas escaramuças e momentos quentes, demonstrativo da importância dos 3 pontos para as duas equipas.

O Lank passou a segunda parte a acreditar que seria possível chegar ao empate e tentou introduzir-se no meio-campo do Famalicão, muito à conta da energia e ações individuais de Gabi no corredor direito, mas ainda assim não conseguiria criar o suficiente para alterar o marcador. O Famalicão agarrava-se com unhas e dentes à vantagem e soube sofrer para conquistar os 3 pontos.

O melhor que se veria de oportunidades surgiria para o Lank após uma saída no limite de Lu aos pés de Laura e a bola na sobra à entrada da área para Edu que viu o seu remate prontamente isolado. Num dos últimos lances do jogo, Nhu cruzou da esquerda e Pâmela antecipou-se à defesa, mas rematou por cima.

Um jogo na segunda parte mais jogado com o coração do que com a cabeça.

Destaques para Laura (ainda que fora da sua posição, não se coibiu de atacar e foi uma constante dor de cabeça), Carol (na esquerda da defesa deu sempre segurança com e sem bola) e Gabi (importante a carregar com bola a sua equipa para a frente). Do lado do Famalicão, Maksuti (importante pelo golo da vantagem), Pavlovic (fundamental a pressionar e ganhar bolas em várias zonas) e Negrão (tentou assumir o jogo da sua equipa e ainda se disponibilizou no momento defensivo).


11 DA JORNADA:


MVP DA JORNADA:






RICARDO CARVALHO

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