A 8ª Jornada da LIGA BPI reservou várias surpresas. A derrota do líder no dérbi de forma contundente, um Marítimo a consolidar a sua posição e a demonstrar que é uma equipa a ser tida em conta, um RP em momento de afirmação e várias jogadoras a começarem a destacar-se das demais. Uma ronda repleta de emoção e com muito para analisar! Esta é a LIGA BPI!
SL Benfica 1-3 Sporting CP
Esta jornada reservava o dérbi entre os dois rivais de
Lisboa, SL Benfica e Sporting CP. Esperava-se um jogo repleto de momentos de
emoção e com bons momentos de futebol e duas equipas em momentos diferentes de
maturação. O SL Benfica, atual campeão nacional com processos consolidados e a
equipa em constante rotação, disputando o acesso à fase seguinte na Liga dos
Campeões e o Sporting CP, equipa que se atrasou logo de início na luta pelo
topo da tabela, mas que tem vindo a estabilizar o 11 tipo e a subir de produção
o seu nível de performance.
O jogo teve início com um Sporting determinado e
conhecedor do que teria de fazer para levar de vencida o seu rival. Logo no
primeiro minuto, canto estudado com cortina na zona central do SL Benfica e
Diana Silva a vir de trás a cabecear e a fazer o primeiro para as leoas.
O Benfica tentava responder através da velocidade de
Jéssica Silva, mas os passes não estavam a sair na perfeição. O Sporting por
seu turno veio para o jogo com a lição bem estudada! Apresentava-se no momento
defensivo num 1-4-2-3-1 com destaque para a inclusão híbrida de Fátima Pinto
tanto como 2a central como em alguns momentos de pressão no duplo pivôt do meio-campo
e também para o posicionamento de Diana Silva atrás da "avançada".
Além disso, no momento ofensivo o Sporting mantinha a conhecida construção a 3
(1 Central e 2 Laterais) apresentando-se numa espécie de 1-3-5-2 em alguns
momentos. O grande segredo na forma como o Sporting conseguiu condicionar o
jogo das encarnadas passou para além da agressividade no momento de pressão, na
forma como sufocou as médias do Benfica, posicionando-se mesmo quando o Benfica
se encontrava em construção, com as linhas bastante próximas e subidas. Esta
atitude provocou desconforto e gerou erros na defensiva das Campeãs Nacionais,
gerando por vários momentos a sensação de falta de criatividade e ideias para
superar o lado estratégico envolvido neste jogo.
Com um meio-campo mais amarrado e um lado esquerdo em
sofrimento perante a superioridade que o Sporting ia evidenciando, destacava-se
Ana Borges e Olivia Smith. A primeira porque sempre que o Benfica tentou
esticar o jogo, viu a experiente lateral a cortar e deslizar com mestria, não
dando espaço para a criação de perigo pelo seu lado, secando Nycole por
completo. A segunda porque os melhores lances acabariam por vir sempre do seu
lado, dando continuidade ao momento que atravessa e afirmando-se cada vez mais
dentro da dinâmica leonina.
O Sporting acabaria mesmo por chegar ao segundo golo,
dando continuidade às dificuldades sentidas pelo Benfica desde o início da
partida. Em lance dentro da área, Catarina Amado e Laís hesitam sobre quem
cortaria a bola e Jacynta acabou por antecipar-se e rematar para defesa de
Lena, mas Neto vê a bola a sobrar-lhe para os pés e marcou o segundo da
partida.
A partir daqui as dificuldades viriam a ser mais
evidentes. Amado ficou afetada pelo lance do golo e falhou alguns passes quando
o Benfica tentava construir e cometeu uma ou outra falta em zonas proibidas.
No entanto, apesar de ficar sempre a ideia de que o
Benfica estaria a chegar com poucas unidades no ataque, não se pode nunca
descurar os momentos de transição e dar espaço para Jéssica Silva usufruir da
sua velocidade. O Benfica, num dos raros lances que consegue esticar o seu jogo
com eficácia, vê Faria a colocar no espaço e Seabert (até ao momento a
controlar muito bem a profundidade), acaba por não chegar a tempo e derruba
Jéssica. Penalti assinalado e convertido por Carole de forma exímia perto do intervalo.
A segunda parte trouxe algumas alterações na abordagem
do Benfica. Alidou passou para a esquerda e Laís para central do lado esquerdo,
estancando dessa forma o perigo que vinha a ser criado até então por ali. Além
disso, Alidou envolveu-se muito mais na manobra ofensiva a partir do corredor
esquerdo, criando algumas dificuldades.
O Benfica percebeu que não necessitava de um quarto elemento
(Alidou) por dentro para controlar o quadrado que o Sporting vinha a introduzir
no seu jogo e procurou assentar o jogo mais perto da baliza adversária. A
entrada de Kika para a frente de ataque acabou por dar mais soluções e colocar
em sentido a defensiva leonina, não permitindo a tantos momentos de exposição
do espaço como anteriormente.
Os índices de agressividade também aumentaram e a
disputa pela bola ficou cada vez mais cara. Após um lance de várias disputas
seguidas (fica a sensação de que a falta deveria ter sido assinalada ao
contrário antes), o Sporting sai em criação e após circular com calma, coloca
na esquerda onde Jacynta encontra Capeta e esta ao conduzir por entre várias
defesas consegue o espaço para rematar e fazer o terceiro do encontro.
A partir daqui Kika após bom lance dentro de área e
com uma receção fantástica tirou a defesa norueguesa Norheim da frente, mas
permitiu a defesa de Seabert. Antes do final da partida, em decisão duvidosa,
Ucheibe viu o seu golo de cabeça ser anulado por falta anterior de Alidou sobre
Olivia Smith.
O Benfica tentou empurrar o adversário para trás, mas
sem sucesso. A defensiva leonina lidou bastante bem com todas as incursões
encarnadas e até final não criou lances de maior para inverter o resultado.
Destaques do lado do Benfica para Lena Pauels
(segurou a equipa na pior fase e deu soluções com bola nos pés), Lúcia Alves
(foi sempre o elemento mais agitador) e Faria (tentou agarrar o meio e
levar a sua equipa para a frente). No lado do Sporting várias boas exibições. Norheim
(importante nas várias ações defensivas em que foi colocada à prova), Borges
(controlou as ações do seu lado), Jacynta (esteve em dois lances de golo
e não deu tréguas no momento com bola), Smith (criou desequilíbrios
importante com bola e espalhou o terror com a sua capacidade de desequilíbrio),
Diana Silva (importantíssima no momento com e sem bola, na forma como
equilibrou a sua equipa) e Cláudia Neto (a experiente internacional
pressionou de forma inteligente e associou-se bem no momento ofensivo).
CA Ouriense 0-0 SF Damaiense
Frente a frente estavam um Ouriense que vinha de um precioso empate e um Damaiense que após a mudança de equipa técnica ainda
não conhecia o sabor da vitória.
Um início de jogo bastante confuso e revelador das
dificuldades que habitualmente se sentem em quem joga em Ourém. Muita bola pelo
ar e passes fáceis falhados nos primeiros minutos, demonstrando um Ouriense com
claras dificuldades na construção e um Damaiense com a máquina ainda por olear,
alterando alguns procedimentos no momento com bola, mas que ainda não se
encontram claramente consolidados.
Cameirão deu nas vistas e teve por três vezes
oportunidade para inaugurar o marcador. Primeiro após uma boa movimentação na
direita, infiltrou-se bem e conduziu descaída pela direita, mas permitiu a
defesa de Ana Rita Oliveira. Depois, duas tentativas em remates de fora de área
que também não lograram sucesso.
O Damaiense procurou assentar o jogo e tentou alargar
ao máximo a sua manutenção da posse. Dani Santos tentava encaixar nas centrais
para dar ainda mais largura e Rajaee quando dava entre central e lateral. Além
disso, tanto Rajaee como Cameirão procuravam criar superioridade com movimento
de rutura entre defesas pelo lado direito do seu ataque. O espaço que Marta
libertava com a sua movimentação também era importante por isso.
Lidiane também testou por duas vezes a baliza
adversária com remates de longe, mas Ana Rita Oliveira disse sempre presente.
Na segunda parte, o Ouriense procurou mudar alguma
coisa na dinâmica ofensiva e Haakenson entrou ao intervalo. Esta mudança
colocaria em sentido a defesa do Damaiense porque Haakenson foi importante a
fechar o corredor, pressionando, ganhando bolas e impondo maior presença física
no último terço, além da sua verticalidade com bola, mas para além disso,
também pela presença de Lorena no centro do ataque.
E assim surgiram os lances de perigo para a equipa de
Ourém. Primeiro Haakenson recuperou na direita e isolou Lorena que perante
Adriana não conseguiu inaugurar o marcador. Depois após boa iniciativa na
esquerda, dentro de área e com Adriana só pela frente Haakenson não conseguiu
finalizar com sucesso.
O Damaiense procurou responder colocando mais gente
dentro de área, mas ainda assim não conseguiu finalizar nenhuma das situações
criadas. Cameirão (melhor exibição da época) tentou de longe, mas sem sucesso e
Melany com um cabeceamento também não conseguiu fazer melhor. As bolas iam
entrando no último terço até fim do jogo, mas o empate não se viria a desfazer.
Destaques para Ana Rita Oliveira (defendeu tudo
o que havia para defender) Eliadis e Swenson (importantes a conter a
ofensiva da Damaia) e Haakenson (a sua presença faz do Ouriense uma
equipa melhor e mais perigosa). Cameirão (muito importante na forma como
se disponibilizou para o jogo, serviu as suas colegas e tentou desfazer o
nulo), Rajaee (tentou construir e apareceu bem no último terço a criar
superioridades, dispondo-se a servir as suas colegas), Raquel Ferreira
(importante no equilíbrio e nos desequilíbrios criados a partir de boas
combinações) também se destacaram do lado do Damaiense.
Marítimo Madeira 4-1
SC Braga
Jogo grande na Madeira.
Esta jornada colocava frente a frente os atuais 3º e 4º classificados da LIGA
BPI. Duas equipas em momentos diferentes e com dinâmicas diferentes. Um
Braga que sofreu a primeira derrota no campeonato na jornada anterior perante o
campeão nacional e um Marítimo que após um início mais tremido, encontra-se
numa dinâmica de consolidação de jogo e de vitórias.
O jogo começaria a todo o
vapor e cedo o marcador se viria a inaugurar. O posicionamento de Telma na
esquerda acabou por resultar desde cedo. Bola na esquerda com Telma a ter Sissi
pela frente e a sacar um cruzamento que vai desviado demais e acaba por beijar
a barra, sobrando para ex-Braga Laura Luís que sem oposição marcou o primeiro
para a sua equipa.
O Braga procurava
responder e Ana Rute serviu Kehrer em desmarcação, mas à saída de Bárbara esta
rematou muito por cima da barra.
Telma na esquerda ia
continuando a criar imensos desequilíbrios com a sua velocidade e raça (não dá
um lance por perdido). Um detalhe que se viria a revelar importante é que cedo
amarelou a sua adversária direta Sissi.
À passagem do quarto de
hora o Braga viria a chegar ao empate, mas a sequência do lance deixaria um
amargo na boca. Canto batido da esquerda por Vânia Duarte e Melissa cabeceia
para a baliza, aproveitando uma má abordagem de Bárbara e restabelecia o empate.
Um lance que viria a ditar a expulsão de Sissi pois, a lateral após a bola
entrar na baliza envolveu-se numa disputa infeliz com Catarina Abreu e acabou
por ver o segundo amarelo e a consequente expulsão.
Este lance seria decisivo
para a partida também pela decisão imediatamente seguinte da equipa técnica do
Braga em colocar Efih na lateral direita, facilitando a tarefa às avançadas do
Marítimo e principalmente Telma Encarnação, que se já estava a criar problemas
antes da expulsão, então depois viria a espalhar completamente o pânico.
Duas jogadas que se
sucedem e que eram demonstrativas daquilo que o Braga iria sofrer. Num primeiro
lançamento para as costas, Telma recebe e isola-se desde o meio-campo quase e à
saída de Patrícia Morais remata por cima (Laura Luís estava sozinha ao seu
lado), mas o lance seria anulado por fora de jogo. A questão é que logo de seguida,
Sofia Silva lança longo para as costas e Telma recebe em desmarcação e leva a
bola até perto da baliza dando ao lado para Laura Luís bisar na partida.
Era um Braga que ia tentando
manter a bola e o Marítimo até o permitia pois, esperava precisamente pelos
erros e falhas que se estavam a suceder para depois ferir o seu adversário em ataques
rápidos.
Perto do intervalo, seria
precisamente dessa forma que o Marítimo iria aumentar a vantagem perante um
Braga sem ideias e muitas incertezas na sua forma de jogar. O Braga tentava circular
a bola e perceber por onde entrar para criar perigo, Patrícia Morais a jogar com
bola mais adiantada, mete longo e o Marítimo recupera a bola cabeceando para
Telma que de primeira do meio da rua rematou para a baliza deserta do Braga,
marcando um golo espetacular e ao seu jeito!
Ainda antes do intervalo
Telma baixou para receber num lançamento lateral no corredor esquerdo, rodou e
com o corpo ganhou a vantagem aumentando logo a passada e lança no espaço para
Laura Luís. Esta conduz e corta para o interior, rematando para o poste mais
longe e a bola acaba por embater nele antes de sair. Ficou à vista o dilatar do
marcador!
As oportunidades continuavam
a suceder-se. Pouco depois mantinha o Braga a posse e Melissa coloca um passe
contra Telma e a bola sobra no espaço, ganhando em velocidade à defesa a
avançada chega mais rápido à bola e remata de primeira de pé esquerdo, outra
vez do nada e Patrícia Morais a recuar defendeu como conseguiu para canto.
O Braga mantinha a defesa
muito alta e com graves problemas no controlo da profundidade, não estando
sequer a linha de fora de jogo a resultar durante a primeira parte. Muita distância
e mau posicionamento da linha defensiva levavam a tanta facilidade e não deixavam
augurar nada de bom para a segunda parte.
Ao intervalo, o Braga
acabou por corrigir colocando Peace na frente e entrou Tânia Rodrigues para a
direita. O Marítimo de forma inteligente retirou Catarina Abreu de campo e
passou Frederiksen para a lateral, evitando um sobrecarregar sobre Catarina.
O Braga estava a
conseguir acercar-se da baliza, mas sem grandes efeitos. Peace do meio da rua
rematou e Bárbara estirou-se para defender para canto. O problema é que o Marítimo
era feroz na forma como atacava a baliza e acabaria por alargar a vantagem. Recuperação
de bola sem grande pressão imediata do Braga e a bola entra em Jaleca no centro
do terreno que em dois toques colocou para Telma correr sobre a direita e rematar
cruzado já na área para bisar na partida.
No momento quase imediato
o Braga continuava com dificuldades no controlo da profundidade e em acompanhar
as avançadas do Marítimo. Recuperação da equipa madeirense, boa variação da direita
para a esquerda onde aparece Telma a dar metros às defesas e rematar para boa
defesa de Patrícia Morais.
O Marítimo não facilitou
a tarefa. Nicole uma pequena guerreira no meio a ganhar bolas e a distribuir o
jogo da equipa, enquanto Paula Fernandes na defesa fazia uma grande exibição não
facilitando a missão das avançadas bracarenses. Do lado do Braga, Ana Rute ia tentando
levar o jogo da equipa para a frente, mas a equipa não acompanhava.
As oportunidades
sucediam-se, mas o resultado não se viria a alterar. A grande exibição de Telma
ainda poderia ter sido coroada por mais duas vezes antes de sair, mas não
conseguiu finalizar com sucesso, ainda que fosse ela contra o mundo nos dois
lances.
Jogo difícil para a
equipa do Braga, destacando-se Ana Rute (tentou que a sua equipa fosse atrás
de outro resultado, mas sem efeito). Do lado do Marítimo, grande exibição de Paula
Fernandes (muito certinha com e sem bola), Sofia Silva (tirando um
erro de excesso de confiança na abordagem, esteve muito certa também), Frederiksen
(a jovem jogadora seja a lateral seja a extrema consegue pisar terrenos ofensivos
com facilidade e quando tem de defender não se acanha), Joana Silva (confiança
com bola e atrevimento para fazer a bola andar e chegar à frente), Nicole (preencheu
o meio e quis sempre a bola, Laura Luís (enquanto teve pilhas formou uma
dupla terrível com Telma, estando cada vez melhor na finalização e na chegada à
baliza) e Telma Encarnação (enorme exibição e o consolidar de um talento
imenso, em que a sua natureza selvagem fazem mossa e a definir bem por vários
momentos).
Clube Albergaria 2-4 Valadares Gaia FC
Jogo em que o Valadares trazia a lição bem estudada e
desde cedo tentou explorar as falhas defensivas do Albergaria. O posicionamento
de Malu mais sobre a esquerda do ataque e a liberdade com que as laterais
estavam a voar vindas desde trás para aproveitar o espaço ilustravam o plano
delineado para o jogo.
Cedo se percebeu ao que vinha o Valadares, que
procurou chegar a uma vantagem confortável o mais rápido possível. E assim foi,
após um lançamento na direita a bola chega a terreno interior onde Cris se
encontrava e assim que viu a linha defensiva alta e com os apoios desorientados
(pouca preparação para este momento), soltou em Malu que em desmarcação recebe
e faz o primeiro.
Logo de seguida, Malu recebe na esquerda e com um bom
pormenor arranca em velocidade e à saída de Sheppard desviou, mas com pouca
força e permitiu o corte da defesa de Albergaria.
O Albergaria procurava congelar a posse e acalmar a
partida, mas evidenciava algumas dificuldades em construção. Procurou também
condicionar o jogo adversário pressionando alto, no entanto, sem grande
sucesso.
O Valadares acabaria mesmo por chegar ao segundo.
Outra vez Cris a receber em espaço interior e a soltar entre central e lateral,
vindo o comboio Queiroga a toda a velocidade a receber no espaço e com toda a
calma ampliar para o segundo da partida.
Contra a corrente do jogo, o Albergaria acabaria por
reduzir essa vantagem. Lewis (quem mais?) conduz a partir da direita em direção
ao interior e de pé esquerdo solta na perfeição para Healy e esta depois de
ganhar a frente a Ema remata para o poste mais próximo (Seppi fica muito mal na
fotografia), marcando o primeiro da partida para a sua equipa.
Quase de seguida, Healy é novamente servida após
movimento igual ao do golo, mas desta vez Healy respondeu com sucesso à chamada
e agarrou a bola sem dificuldade.
A segunda parte chegou a todo o vapor com o Albergaria
a tentar chegar ao empate. Mais assertivo na forma de pressionar, alternando a
cobertura defensiva entre as médias e extremas (principalmente do lado esquerdo
entre Pipa e Healy).
Logo no início da segunda parte, após corte deficiente
da defensiva do Valadares, a bola acaba por sobrar para Andreia Freitas que
coloca em Healy e esta dentro de área tenta o remate de esquerdo e Pipa ao ver
a bola passar à sua frente acaba por empurrar para o segundo da partida.
O Valadares até poderia ter chegado desde logo à
vantagem por Queiroga, mas Cristina Ferreira estava em fora de jogo no início
da jogada.
Daqui em diante e com a entrada de Rita Dias, o Valadares voltou a
ganhar força. A sua presença no corredor voltou a criar dificuldades à defesa
do Albergaria pela sua constante saída no 1vs1, acabando também por soltar
Mégane novamente no corredor.
O Albergaria ainda viria a ameaçar por Healy, mas
Seppi agarrava o resultado e seria mesmo o Valadares a voltar a colocar-se na
frente.
Variação de jogo da direita para a esquerda, onde Mégane aparece
vinda de trás sozinha (o posicionamento de Rita Dias foi importante para
prender dentro a lateral) e esta remata cruzado, aparecendo Malu vinda de trás
para marcar o terceiro para a sua equipa.
O jogo mantinha-se em aberto, no entanto, este
terceiro golo parecia ter sentenciado a partida. Talvez por ter relembrado o
Valadares sobre como ferir o seu adversário.
A realidade é que o quarto golo chegaria pouco depois.
Érika recuperou a bola na esquerda, Cris pega na bola e olha para a frente
vendo muito espaço para Malu correr e coloca-lhe a bola, apanhando novamente a
defesa subida e mal posicionada e Malu à saída da distante Sheppard faz-lhe um
chapéu a assinalar o seu hattrick no jogo.
No Valadares destaque para as boas exibições de Mégane
(muito solta no corredor e num constante vaivém), Queiroga (o segundo
golo é demonstrativo daquilo que as laterais tinham de fazer neste jogo), Barboz
(dominou o meio enquanto teve pernas e teve vários pormenores deliciosos), Cris
(a bola ganhou olhos nos seus pés - 3 assistências), Malu (foram 3 e
podiam ter sido 5, tal a facilidade em desmarcar-se das defesas) e Rita Dias
(importante a desbloquear a partida com a sua capacidade de desequilíbrio). Do
lado do Albergaria destaques para Healy (a mais interventiva e perigosa
no último terço), Pipa (grande momento de forma), Andreia Freitas
(não parou de pressionar e tentou levar a sua equipa para a frente) e Kiki
(tentou andar um pouco por todo o lado a recuperar bolas e a ser importante em
construção).
Racing Power FC 3-0 SCU Torreense
Um jogo que colocava frente a frente duas equipas a
quem são esperadas grandes coisas para esta época.
O Racing a apresentar-se novamente com um 11 tipo como
tem utilizado e o Torreense com algumas novidades no 11, destacando-se a saída
de Jassie Vasconcelos e Leonor Faria.
Uma primeira parte sem grandes oportunidades de golo,
mas muito disputada. Um jogo com claro pendor para o Racing Power que acabava
por ganhar mais primeiras e segundas bolas e pressionar de forma a ganhar
muitas bolas ainda no meio-campo do Torreense. A equipa de Torres Vedras não se
sentia confortável com a abordagem mais física e intensa por parte do Racing
Power e com isto, mesmo nos momentos em que tinha bola, nunca conseguiu colocar
a bola no chão e ter alguma calma, procurando fazer tudo de forma rápida e
atabalhoada.
O Racing acabou por conquistar um penalti a meio da
primeira parte, após saída totalmente descabida de Janny que acaba por derrubar
Evy. A internacional na conversão acaba por bater demasiado colocado e acerta
na trave mantendo o resultado a zero.
Maria Ferreira ia tentando através de situações
individuais criar algum desequilíbrio, Daniuska tentava dar alguma calma à sua
equipa e estava sempre disponível para ter bola, enquanto Carolina Correia e
Walker iam cortando tudo o que lhes aparecia.
Do lado do Racing, o trio do ataque mantinha a
mobilidade que lhes é caraterística e utilizava a intensidade na ação com bola
e velocidade para criar perigo, ainda que a definição tenha estado
particularmente mal nesta primeira parte.
Quintana após um cruzamento, vê a bola sobrar-lhe à entrada de área e remata
por cima. E, ainda antes do apito para o fim da primeira parte, Campino bate um
livre lateral perto da área na direita e Ayala cabeceia à trave, antecipando-se
a uma má saída de Janny.
A segunda parte veio demonstrar ainda mais a diferença
exibicional entre as duas equipas. Ao intervalo Carvalhas deu o lugar a
Realista e esta substituição acabou por desbloquear o jogo.
Com a entrada de Realista, as três do meio-campo
acabaram por subir ainda mais no terreno e cilindrar autenticamente o
meio-campo do adversário. Foram inúmeras bolas ganhas no meio-campo contrário e
além disso procuraram chegar ao último terço para criar mais dificuldades ao
adversário.
O primeiro golo viria precisamente num lance em que o
Racing coloca algumas jogadoras dentro de área e numa jogada de insistência de
cruzamentos, Evy deixou para Sini que dentro de área rematou de primeira e
inaugurou o marcador.
O RPower não descansou e procurou aumentar a vantagem.
Num primeiro momento Evy rematou ao lado, mas a jogada seguinte é muito
elucidativa da forma como o RPower ganhou o jogo. Pontapé de baliza batido, o
Racing ganha a primeira bola, Carolina Correia corta novamente de cabeça e
Realista antecipa-se na pressão a Daniuska, sobrando a bola para Vetter que sem
pensar rematou de fora de área para um belíssimo golo.
A equipa do Torreense mantinha-se com muita
dificuldade em lidar com a pressão exercida na primeira linha por Vetter e
Realista veio ajudar muito nesse capítulo da pressão, empurrando a equipa para
a frente.
Até fim da partida, Evy rematou dentro de área e
Samara com o braço no ar acaba por cometer penalti, convertido eximiamente por
Quintana.
O melhor que o Torreense conseguiria seria um remate
fora de área de Jassie, ainda que sem perigo.
Do lado do Torreense os destaques vão para Carolina
Correia (tentou construir e teve vários cortes de qualidade), Daniuska
(a espaços apareceu para tentar acalmar a equipa, mas não conseguiu acompanhar
o ritmo) e Maria Ferreira (sempre que lhe entregaram a bola ela sorria
nos seus pés). No RPower, destaque para Vetter (impressionante o quanto
pressiona e luta durante o jogo, marcando ainda um belo golo), Realista
(entrada importante), Sini (desbloqueou a partida e impôs-se no centro
do terreno) e Evy (inconformada nas suas ações procurou desequilibrar).
Lank Vilaverdense 1-2 FC Famalicão
Esta jornada reservava também um importante jogo entre
duas equipas afundadas na tabela e a necessitarem de pontuar com urgência.
O Famalicão que se apresentava no primeiro jogo sem
Miguel Santos no banco e o LANK a apresentar-se num 1-3-5-2 com Laura desta
feita a apresentar-se a fechar no corredor esquerdo.
O Famalicão cedo viria a chegar à vantagem. O Lank
encontrando-se em fase de construção, viu Joyce receber e perder a bola após
pressão de Pavlovic, que após recuperar conduziu e entregou para Betinha marcar
o primeiro.
Este golo até poderia trazer algum conforto à equipa
famalicense, mas bem pelo contrário. Logo de seguida, o Lank chegaria ao empate
após boa jogada de envolvimento. Joyce jogou vertical no apoio frontal de Gabi,
esta solta em Faty (aproveitando o facto de Smith se encontrar mal posicionada
e a colocar toda a gente em jogo) e a esquerdina a soltar no momento certo para
Laura repor a igualdade no marcador.
O jogo voltava a equilibrar-se e o Lank a acreditar.
Com nova assistência de Gabi, Nhu isola-se, mas perante a guarda-redes permite
a defesa, no entanto, na sequência conseguiria meter a bola na baliza. No fim
da jogada o VAR viria a intervir e a encontrar um fora de jogo de Nhu no início
da jogada.
O meio-campo do Famalicão ia começando a impor-se e a
equipa ia conseguindo estabilizar, controlando mais com bola até fim da
primeira parte.
Maksuti avisaria num primeiro livre em que Letícia se sai com demasiada
confiança (sofreu falta), a marcar, mas o lance a ser anulado por falta.
Até que perto do final da primeira parte, novo livre
batido, saída a punho em falso da guarda-redes e Maksuti no sítio certo a
colocar a sua equipa em vantagem.
A segunda parte trouxe um jogo marcado por muitas
escaramuças e momentos quentes, demonstrativo da importância dos 3 pontos para
as duas equipas.
O Lank passou a segunda parte a acreditar que seria
possível chegar ao empate e tentou introduzir-se no meio-campo do Famalicão,
muito à conta da energia e ações individuais de Gabi no corredor direito, mas
ainda assim não conseguiria criar o suficiente para alterar o marcador. O
Famalicão agarrava-se com unhas e dentes à vantagem e soube sofrer para
conquistar os 3 pontos.
O melhor que se veria de oportunidades surgiria para o
Lank após uma saída no limite de Lu aos pés de Laura e a bola na sobra à
entrada da área para Edu que viu o seu remate prontamente isolado. Num dos
últimos lances do jogo, Nhu cruzou da esquerda e Pâmela antecipou-se à defesa,
mas rematou por cima.
Um jogo na segunda parte mais jogado com o coração do
que com a cabeça.
Destaques para Laura (ainda que fora da sua posição, não se coibiu de atacar e foi uma constante dor de cabeça), Carol (na esquerda da defesa deu sempre segurança com e sem bola) e Gabi (importante a carregar com bola a sua equipa para a frente). Do lado do Famalicão, Maksuti (importante pelo golo da vantagem), Pavlovic (fundamental a pressionar e ganhar bolas em várias zonas) e Negrão (tentou assumir o jogo da sua equipa e ainda se disponibilizou no momento defensivo).
11 DA JORNADA:
MVP DA JORNADA:
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