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BDC por uma Varanda abaixo


09/09/2018, uma data que se tornou simbólica por uma aparente mudança no recente paradigma que se instalara no Universo Leonino. Sentia-se um aliviar na recente tensão que atingira a equipa profissional de futebol do Sporting e parecia que o caminho poderia finalmente tornar-se mais claro dali para a frente.

Com um caminho que já se saberia ser bastante difícil de caminhar, o novo Presidente do Sporting Clube de Portugal alimentou o sonho de ser Campeão Nacional durante o seu primeiro mandato à frente do clube, na sua primeira conferência depois de ser eleito com 42,32% de votação.
Talvez aí (ou melhor, quase de certeza), começou um dos erros do seu breve mandato. Depois de tantas temporadas sem ser Campeão Nacional (desde 2001-2002) e de serem alimentados sucessivamente pelo seu antigo Presidente Bruno de Carvalho durante dois mandatos com promessas de um Sporting mais forte e a vencer títulos, este tornou-se um momento fulcral de reflexão e de oportunidade de virar a página.


A verdade é só uma: o Sporting bateu no fundo, ponto final. Por muito que custe ouvir isso, certamente custará ainda mais aos seus adeptos vivenciar e demonstrar aos novos elementos da família aquilo em que o seu clube se transformou hoje.
Este deveria ser o momento de assentar bem os pés na Terra e perceber qual o momento que se vive em Alvalade neste momento. Seria o momento certo para baixar a fasquia e dar espaço para a estabilidade, a mudança e o crescimento acontecerem. Talvez as taças ganhas na época transata tenham camuflado muito daquilo que é o passado recente, mas a verdade é que se sabe que neste momento a distância para os seus rivais está a uma distância já considerável. Muitos concordam quando se diz que o Braga já tem um plantel com um valor semelhante ao do Sporting e isso diz muito sobre aquilo que se está a passar nos Leões.
A mensagem que deveria ter sido claramente passada e seguir a linha de pensamento dos pontos que foram prometidos durante a campanha eleitoral, tais como “No futebol, montar uma estrutura vencedora, com uma equipa coesa e coordenada (…)” e “Coordenação entre equipa de scouting e equipa técnica para a definição de uma política de contratações rigorosa”.


Depois de vários atletas terem rescindido num momento negro da história do Clube conseguiu-se que alguns voltassem atrás com a decisão. A parte mais difícil fora conseguida e daí ficou bem demonstrado o quanto eles queriam jogar no Clube, mesmo depois de terem vivenciado um ambiente tão conturbado e tão pouco dignificante daquilo que são os valores chave do Desporto.
A partir desse preciso momento deveria ter-se criado uma ideia clara daquilo que seria o futuro do Clube e qual o caminho que seria seguido de forma a endireitar-se o clube. No entanto continuam os mesmos problemas dos últimos anos com vários problemas internos (dentro do Universo Sportinguista), uma má planificação de pré-época, uma má abordagem ao mercado e pior que tudo, uma má construção do seu plantel.
Ficamos com a clara perceção que a saída de Bruno Fernandes não se realiza apenas numa tentativa de aproximar os valores aos da saída de João Félix. De outra forma é incompreensível que com ofertas por valores altos e no momento em que o clube se encontra se tenha preferido vender 3/4 atletas em detrimento da venda do Melhor Jogador a atuar em Portugal e que poderia servir como fonte de receita para uma melhor construção do plantel profissional desta época. Porquê preparar agora a saída de Bruno Fernandes? Evitar uma desvalorização do atleta numa época antes de Europeu? Depois de se tomar a decisão de manter o atleta até se atingir um valor X, não seria melhor manter o atleta e esperar que a época não seja ainda pior do que a que está a ser neste momento? É que dificilmente conseguirão nesta fase substitutos e reforços para longo prazo.


Desta forma, continuo a achar que o melhor seria um baixar de fasquia. Tentar atingir o 3º Lugar, dar lugar a jovens de valor para uma maior valorização dos ativos em detrimento de atletas por empréstimo ou que dificilmente darão retorno financeiro ao clube e um reforço através de uma prospeção mais efetiva e clara daquilo que é hoje a qualidade do Futebol tanto em Portugal como na Europa.
É fulcral olhar-se para dentro antes de olhar para fora e perceber que, apesar de tudo existem atletas com nível para atuar no plantel sénior sportinguista assim lhe seja dado espaço.
As contratações devem ser bastante mais criteriosas também pois, é incompreensível que se olhe para a constituição do plantel e se percebam lacunas sucessivas nas laterais, na baliza, no centro do terreno e na frente do ataque. Além disso é impensável ter João Palhinha, Daniel Bragança, Rafael Barbosa, Leonardo Ruiz e/ou Dala, para ter tanta incerteza e atletas que dificilmente acrescentarão algum tipo de qualidade e ocuparão um lugar em planteis futuros do clube. Já para não acrescentar a esta lista Matheus Pereira…
É certo que não seria previsível o crescimento de alguns destes atletas, mas é certo que reclamam uma oportunidade para fazer parte do próximo plantel do Sporting.
E com um treinador como Silas que dá valor ao futebol de posse e sem problema em lançar jovens atletas é este o momento de reflexão e de mudança para voltarmos a ter o 3º Grande Português em força e, desta forma, tornar tudo isto um pouco mais competitivo pois, em muito tempo, não me lembra de ter tanta diferença pontual do 1º Classificado para o 3º como nesta época.

Ricardo Carvalho

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