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Guarda-Redes: Como ser + 1?




Num mundo em constante mudança o futebol não foge à regra. A evolução do futebol tem sido grande e isso deve-se à constante evolução do próprio jogo, quer seja dos sistemas táticos, das condições materiais, entre outros. Uma das posições que mais mudança sofreu foi o Guarda-Redes. Hoje um dos requisitos de um “Guarda-Redes moderno” é que este saiba jogar com os pés e participar ativamente no processo ofensivo da sua equipa.
Este texto pretende ajudar os vários intervenientes neste processo definindo algumas “guidelines” que possam ajudar o Guarda-Redes a ser + 1 no processo ofensivo da sua equipa.
Antes de mais é importante definir 2 contextos distintos. Quando o Guarda-Redes tem a posse da bola e quando não a tem (mas a posse continua da sua equipa). Podemos falar em saídas de bola e atrasos. Ficam de seguida alguns princípios essenciais nos dois contextos.
            Saída de bola (pontapés de baliza, faltas e com bola na mão):
Nos pontapés de baliza:
- Bola no centro da pequena área (possibilidade de jogar tanto para a direita como para a esquerda assim como o adversário não saber por que lado pretendemos sair);
- Orientação corporal e uso dos dois pés (o objetivo é tentar “enganar” os adversários até ao último momento sobre onde vamos jogar e para isto é importante o domínio tanto do pé direito como do esquerdo);

              Com bola na mão:
- Perceber o momento do jogo (acelerar ou temporizar, jogar curto ou jogar longo);
- Equipa abrir e colocar-nos numa posição que nos permita jogar para ambos os lados (pelo meio normalmente);

            Atraso
- Dar uma linha de passe ao colega (querer jogar, não se esconder e pedir para  participar);
- Cobertura ofensiva (numa distância que me permita ter tempo suficiente para executar e pensar – quando possível. Normalmente recuar para ganhar espaço);
- Campo de visão alargado (para isto é fundamental a colocação do corpo e apoios orientados para o jogo assim como o manter a cabeça alta – não olhar para a bola no momento da receção);
 - Processos pré-definidos (em função do modelo de jogo, se normalmente tenho zonas chave onde possa jogar);
- Comunicação verbal e gestual (pedir bola ao colega em caso de aperto e mostrar onde quero a bola - com o braço – em função de onde pretendo receber a bola);
- Receção orientada (é essencial porque vai permitir orientar o jogo para onde se pretende jogar de seguida e, se bem feita, na maioria dos casos, a pressão já não consegue chegar perto. Pelo contrário uma má receção orientada pode obrigar a despejar longo);
- Recursos técnicos para as mais variadas formas de receção orientada e passe;
- Postura calma e confortável com bola (mesmo sob pressão);
- Leitura do jogo e da pressão (de onde vem a pressão, como ela é feita, quantos homens e que espaços ficam livres);
- Qualidade de passe e lateralidade (pé direito / pé esquerdo);

O Guarda-Redes pode ser mais um no processo ofensivo da sua equipa. Isto se o permitirem. Com este tema não queremos defender somente um futebol apoiado. Vai mais além. A importância do passe longo (atenção passe, não é bater para a frente ou aliviar a bola) é tanto ou maior do que o passe curto. Qualquer Guarda-Redes tem de adquirir a capacidade de leitura do jogo e depois de decisão em função da situação. Mas para isso temos de dotar os nossos atletas de capacidades técnicas, táticas e mentais.

Imag.1 - DC's abertos e MD a baixar "arrastando" um dos médios adversários; Imag.2 - Identificação do jogador livre no corredor lateral; Imag.3 - Momento em que a bola chega ao corredor lateral e quebrou a 1ª linha de pressão;

Imag.1 - GR dá linha de passe fora dos postes no corredor da bola. Cobertura ofensiva. Pressão alta do adversário. Orientação dos apoios de frente para o jogo (visão periférica); Imag.2 - Em função da pressão do PL, GR recorreu à finta. A direção da pressão obrigou-o a que tivesse de ativar um recurso técnico de forma a aumentar as opções de passe; Imag.3 - Após tirar o 1º homem da pressão abre linha de passe para o DCD, no entanto, perante ameaça do EXT contrário opta por não realizar o passe. Necessidade de uma permanente análise do contexto; Imag. 4 - Opção tomada acaba por criar uma situação de 6x4. O passe ultrapassa 6 adversários e deixa o portador de frente para a linha defensiva contrária (contexto favorável à criação de uma situação de finalização. Curiosamente o lance acabou em golo.).

O jogo está em mudança, todos temos de nos adaptar às novas necessidades. Cada um com as suas características, sendo fieis a elas, mas nunca pensando que as capacidades são fechadas e que não possa existir crescimento. Todo o dia é dia de evolução e mudança... se assim quisermos.

Juntos somos mais fortes,


Miguel Menezes e Hélder Esculcas


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