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Guarda-Redes: A preparação semanal para o jogo


           Para qualquer tarefa que exige de nós rendimento e resultados (mas não só) um dos primeiros passos é o planeamento. Escrever um texto, como este, é um bom exemplo da necessidade de planear. Surge a ideia, planeamos e, de seguida operacionalizamos. Mas para isso temos, antes de mais, de preparar toda a tarefa. Ao contrário deste texto em que posso apagar, voltar atrás e fazer correções, o jogo não permite isso. Nem ao Guarda-Redes nem a qualquer outro atleta. Com este texto pretendo dar algumas ideias sobre a preparação semanal do Guarda-Redes para o jogo (em termos de treino específico e integrado).
Planear é então uma ferramenta essencial. Como Treinador de Guarda-Redes o primeiro passo é perceber qual será a estratégia a adotar pela equipa no próximo desafio, assim como perceber quais serão os requisitos essenciais para esse jogo, do Guarda-Redes, numa dinâmica coletiva. Para além deste olhar sobre o “Nós” é importante olhar sobre o adversário (quando possível). Entender e procurar perceber quais são as dinâmicas, principalmente no último terço do terreno. Quer seja o conhecimento das bolas paradas, da organização ofensiva, ou da transição ofensiva. Como é que essa equipa normalmente cria perigo e finaliza. A meu ver, este é um conhecimento essencial mas infelizmente nem sempre disponível.
Depois deste planeamento inicial é importante perceber como vamos operacionalizar todo esse conhecimento no que interessa: o treino. E aqui quero diferenciar dois tipos de trabalho. O específico (com o Treinador de Guarda-Redes) e o integrado (com a equipa). No treino específico deveremos procurar trabalhar alguns aspetos essenciais do jogo do adversário, quer sejam cruzamentos de determinada zona, uma bola de rutura que o adversário procura sempre em determinado espaço, entre muitos outros exemplos possíveis. A questão aqui é cingirmo-nos ao essencial. No máximo dois contextos chega perfeitamente.
Ressalvar que nunca nos devemos esquecer do trabalho base essencial de qualquer Guarda-Redes ao longo da semana. Aqui o ênfase tem de estar num bom planeamento e gestão do tempo de treino disponível.
Na maioria dos casos, os Treinadores principais tentam transportar a estratégia do jogo seguinte para o treino. E aqui o trabalho do Guarda-Redes na equipa é importante para a familiarização das dinâmicas e objetivos pretendidos para esse jogo. O trabalho do Treinador de Guarda-Redes nesta fase é essencial, mediando uma mensagem do Treinador principal para os seus Guarda-Redes e principalmente fazendo as várias correções (sempre em consonância com as ideias do Treinador principal).
Outra das partes essenciais na preparação do jogo é o uso da ferramenta vídeo. Complementar o trabalho realizado em termos específicos com a visualização de vídeos do adversário a realizar as situações trabalhadas é a cereja no topo do bolo. O vídeo é uma das ferramentas mais fáceis e poderosas a usar mas nem sempre está ao alcance de todos.
Seguindo em frente, após o planeamento e operacionalização do treino, que foca maioritariamente os aspetos técnico-táticos do jogo, é importante não esquecer o aspeto psicológico e a influência que este tem no jogo. Ajudar os nossos Guarda-Redes a trabalhar a parte mental do jogo é importante. A meu ver quanto maior o nível competitivo melhor deve ser feita esta preparação, tendo em conta que o nível de rendimento e o nível de formação não tem as mesmas exigências emocionais e cognitivas.



(A ideia não é defender todos os remates. A ideia é fazer acreditar o teu adversário que podes defender todos os remates – Bill Russell)
De seguida, quero destacar algumas estratégias a usar mais perto da data do jogo. Antes de mais é importante diferenciar a personalidade de cada atleta e o tipo de estratégia que melhor pode se adequar a cada um. Mas mesmo assim, uma conversa honesta e aberta será sempre um bom primeiro passo. Perceber o que o Guarda-Redes está a sentir e os seus índices físicos e mentais (realçar aqui a importância da experiência humana e social de cada um na captação de sinais não verbais). Outra estratégia é a visualização mental do jogo, ou seja, o visualizar de ações de jogo mentalmente, sempre rodeado de pensamentos e sensações positivas. Outras estratégias podem ir de encontro ao relaxamento (como estratégias de controlo de respiração, etc.).
Finalizando, o objetivo de qualquer Treinador será sempre procurar retirar o rendimento máximo dos seus atletas. Para isso, ao longo deste texto demonstrei alguns processos que como Treinadores podemos procurar realizar para ajudar os nossos Guarda-Redes. Existem outras estratégias e outros processos. Mesmo assim, o trabalho e o planeamento são duas ferramentas essenciais.
Abro o texto à discussão para procurar saber quais são algumas estratégias que os leitores, quer sejam Treinadores ou até mesmo Atletas usam na preparação semanal para o jogo.

Juntos somos mais fortes,

Miguel Menezes

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