Muitas vezes ouvimos falar de Intensidade. No Futebol então é uma palavra de uso muito comum, desde as conversas de café aos círculos mais íntimos
do Futebol - os Treinadores. É uma palavra que pode ser associada tanto ao
treino como ao jogo. INTENSIDADE! Afinal o que é? Pelo dicionário fala-se numa
característica do que é intenso. Mas afinal o que é intenso? Cuja manifestação
acontece com muita força, intensidade ou vigor; em que há abundância; que
transcende o considerado normal; além do grau habitual;
Por esta definição podemos ver que estamos a falar de algo importante e de
valor. Na realidade, em termos futebolísticos, podemos aplicar para definir
mais do que uma coisa, quer seja o jogo que é intenso ou até mesmo os jogadores.
Definir intensidade, por ser um grau de valor, obriga-nos a definir um grau de
normalidade. Indo ao encontro do que vos quero falar hoje, o treino de
Guarda-Redes, é importante ter em conta esta definição de normalidade ou pelo
menos uma definição abstracta do que será para nós (Treinadores).
É por aqui que quero começar. Não podemos falar de intensidade sem antes
entendermos e definirmos estes vários graus de intensidade. O
segundo passo é procurar sinais visíveis dessa intensidade, coisas concretas,
números (frequências cardíacas, distâncias percorridas, duração, etc.). O
terceiro passo será perceber que a intensidade pode ser alterada por muitos aspectos
e, na maioria, por factores externos (elaboração do exercício, nº de jogadores,
etc.).
É nestes pontos que os Treinadores podem e devem trabalhar a gestão da
intensidade. A intensidade não será sempre a mesma, nem de sessão para sessão,
nem de semana para semana.
Falando especificamente do caso dos Guarda-Redes, a intensidade é muito
variável em treino e em jogo e devemos procurar corresponder a essas demandas
principalmente em treino. Para isso temos de definir as acções-tipo do
Guarda-Redes: de curta duração e de alta intensidade física, técnica, táctica e
psicológica.
A variação do tipo de trabalho que estamos a realizar afecta a intensidade
do mesmo. Intensidade não implica somente fazer rápido, mas sim de forma
eficiente e de preferência com qualidade. Ou seja, determinados trabalhos
exigem mais tempo, o que por sua vez afecta a intensidade num sentido contrário.
Outro aspecto importante prende-se com o contexto: Formação vs. Seniores. Um
contexto de Formação obriga a mais correcções e paragens, portanto não podemos
querer procurar intensidade em detrimento da qualidade. Irão existir
alturas e timings para isso. Por sua vez num contexto sénior, ainda para
mais de rendimento, somos obrigados a mais intensidade de execução porque se pressupõe
que existe um domínio das bases. Existem correcções, mas de cariz mais pontuais e
preferencialmente nas transições e/ou recuperações.
Em jeito de conclusão, queria deixar uma opinião que já tenho vindo a
repetir relativamente a outros temas. Equilíbrio e bom senso. São chavões fundamentais
para respondermos às várias questões. Quando aumentar intensidade? Intensidade
ou qualidade? Conseguimos ter intensidade com qualidade técnica? Qual a
importância da intensidade na formação?
1 Comentários
«Falando especificamente do caso dos Guarda-Redes, a intensidade é muito variável em treino e em jogo e devemos procurar corresponder a essas demandas principalmente em treino.»
ResponderEliminarFace à especificidade do trabalho do GR é muito, mas muito isto. Não sei se aquela conversa do "diz-me como treinas e eu digo-te como jogarás" será muito válida na preparação específica do GR.
Há alguma "escola" em particular de GRs? Sigo com a regularidade que me é possível a Bundesliga e aquilo parece mais eficaz a fazer guarda-redes de qualidade do que a Mercedes a fazer carros de luxo!