A maneira de
ensinar Futebol, seja em que faixa etária/escalão for, é algo que por vezes nos
faz pensar. Não existem fórmulas mágicas nem formas unicamente correctas (senão
todos seguiriam o mesmo padrão); existem sim estilos diferentes!
Comando: O Treinador toma as decisões e pretende que os atletas as cumpram na íntegra; apelidado
nos dias de hoje como o “Treinador da Playstation”. Obviamente que em alguns
escalões de base pode resultar, mas em escalões com maior complexidade, e onde o
jogo exija pensar e rapidez, duvido que seja proveitoso.
Tarefa: Os
atletas praticam a tarefa proposta pelo Treinador. Idêntica à primeira, em
que os atletas limitam-se a fazer o que é pedido e não existe espaço para
“porquês”.
Reciproco: Um
atleta executa e outro avalia; provavelmente em escalões de base poderá
ter um efeito positivo devido ao facto da competitividade intrínseca a cada
criança e ao facto de quererem repetir até serem melhores do que o colega.
Auto-avaliação:
Os atletas auto-avaliam-se em função de critérios; poderá motivar o atleta a
melhorar nos seus defeitos e deixar de olhar só para os dos colegas de equipa.
Inclusivo: O Treinador organiza as tarefas com um objectivo comum e complexidade diferenciada;
pode ser importante principalmente para escalões onde há grandes diferenças de
qualidade entre os atletas.
Descoberta
Guiada: O Treinador planeia o objectivo e orienta os seus atletas até à sua
descoberta; tem que existir alguma inteligência da parte dos atletas. Já quando
José Mourinho treinava o FC Porto, ele utilizava este estilo de ensino, com os
resultados que todos conhecemos.
Descoberta
Convergente: O Treinador apresenta o problema e os atletas vão ao encontro da
solução pretendida; penso que ter um grupo forte onde todos caminham para o
mesmo objectivo e colocando o “nós” primeiro do que o “eu” poderá ser possível com este estilo.
Programa
Individual: O Treinador apresenta a generalidade do problema e os atletas
programam e planeiam as soluções; este estilo requer que os atletas tenham
conhecimentos ao nível do treino, de outra maneira não estarão a progredir.
Iniciativa do Atleta: O atleta decide o conteúdo a abordar, planeando e definindo o programa
de treino; neste estilo quase não existe o papel de Treinador de equipa, pois o
seu nível decisão é praticamente nulo.
Do 1º até ao
10º estilo enunciado vai-se aumentando o nível de decisão, sendo que nos
primeiros a decisão passa mais pelo Treinador e nos últimos vai aumentando o
nível de decisão para o jogador. Pessoalmente defendo que os
estilos de ensino entre o 5º (Inclusivo) até ao 8º (Descoberta divergente)
serão os mais equilibrados e os que, de uma maneira geral, irão ter mais sucesso
no treino de Futebol.
E vocês, o que
acham sobre os vários estilos de ensino? Que outros estilos conhecem? Quais os
que vocês aplicam?
Rui Gomes
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