Advertisement

Main Ad

Inovar ou Repetir?


          Com o finalizar desta pequena paragem no mundo amador do futebol, chega a altura de começar a definir aquilo que será o planeamento e a prática da próxima época. É então importante reflectir sobre a realidade que iremos encontrar e perceber se estarão encontradas as condições propícias para a elaboração de um modelo dentro dos nossos ideais ou, se iremos ter de redefinir ideais e conjugar as características dos jogadores e das condições entretanto encontradas.
             É sobretudo importante planear! O caminho do sucesso inicia-se logo pelos primeiros passos dados e será isso que nos poderá definir ao longo de uma época. A forma como o treinador acompanha a rápida e sucessiva evolução torna-se fulcral para conseguir competir entre os melhores, mesmo nos momentos em que sente que a equipa é claramente inferior em relação às outras, é possível com um trabalho de qualidade elevar os jogadores a outro patamar.
           Desta afirmação anterior, apraz-me uma questão: Inovar ou Repetir? Li, por aí, num destes dias, onde retirei algumas conclusões em que a questão de trabalhar dentro da linha da modernidade pode conduzir-nos a uma linha mais perto do sucesso. O “correr à volta do campo” como se uma prova de atletismo se tratasse, o físico desmesurado e descontextualizado com o típico “tragam sapatilhas que amanhã vamos correr para a serra” ou, “hoje é dia de subir e descer escadas com um colega às costas”, ficou completamente ultrapassado e quem não inovar corre o sério risco de nem conseguir acompanhar o andamento rápido de invenção do futebol, nem de conseguir cativar um grupo e um clube. Corre, portanto, o sério risco de perder um lugar dentro do meio e dentro da elite dos treinadores de futebol.


   Em relação ao quotidiano diário é necessário afirmar que inovar é estar sempre mais perto de algo… seja o que for que nós idealizamos no nosso pensamento, pode até vir a ser o primeiro passo para chegar ao pretendido ou a um trilho que nos guiará por um caminho inesperado. De resto, inovar é necessário também para a conquista do grupo, pois só demonstrando de variadas formas e, da forma mais certeira para aquele momento, é que se poderá liderar e levar a ajudar à consolidação da união de grupo. Quanto maior a percentagem de vitórias, menor a propensão a lesões, certo? Isto, olhando à vertente psicológica e sem entrar em pormenores sobre fisiologia ou sobre o trabalho previamente desenvolvido. Uma leitura rápida num estudo em inglês, guiou-me para essa conclusão, parecendo-me certeira.
   Apesar de tudo, repetir é também importante! Não sou nem crítico nem defensor de que demasiado treino de repetição é prejudicial para o olear da máquina. Torna-se tudo mecanizado e mais fácil de decifrar perante o adversário, mas segundo dizia o livro lido sobre futebol amador, é possível através da repetição demonstrar um conjunto de soluções ao portador da bola e guiá-lo para a resposta correcta dentro do momento exacto de jogo, pois cada momento é um momento diferente. Então há uma necessidade clara de criar exercícios em que se permita a repetição de variadas soluções e assim permitir ao jogador decifrar o código correcto e dar o seu toque na solução, não permitindo como se de uma cábula se tratasse, que o adversário já saiba à partida a resposta e sejam esses momentos, que permitam que seja criada a magia.
   Inovar ou Repetir? Pois, bem, na minha óptica, os dois! Inovar na construção de novas formas de levar os jogadores a conhecer as características desejadas a implementar e deixar que eles consigam dar o seu próprio perfume e percebam qual a forma correcta para o golo. Seja se a bola parte do jogador X para o Y e pelo meio o Z deu uma roleta e um cabrito que o adversário ficou de “cu” estatelado no chão, ou se foi apenas o X que com um movimento de corpo isolou o Y e esse inaugurou o resultado. O importante é o fim e olharmos para o jogo e sentirmos fluidez com processos mecanizados, sendo que devem ser adquiridos através de um conhecimento geral daquilo que se pretende em função do momento.

Ricardo Carvalho
            

Enviar um comentário

0 Comentários