Hoje, num contexto especial, partilho convosco o que penso
relativamente ao próximo Mundial de Futebol de Praia, que se realiza nas
Bahamas, e de onde ficaremos a aguardar a revalidação do maior título que pode
haver para a nossa Selecção Nacional. Irei começar por fazer uma análise grupo
a grupo e termino com um resumo daquilo que, na minha opinião, será o mais
provável de acontecer. Assim sendo:
Grupo A: Neste grupo a Suiça deverá ter uma passagem para os
Quartos-de-Final com alguma tranquilidade, não deixando de ser uma das candidatas
ao título final e num grupo em que do primeiro pote calhou a equipa da casa, as
Bahamas. Para as Bahamas o ambiente será de festa e de apoio constante, mas
dificilmente conseguirá surpreender e estar na próxima fase. Cabe às selecções
do Senegal e do Equador lutar pela segunda vaga para os Quartos-de-Final. Curiosamente
defrontam-se logo no jogo inaugural da competição, ou seja, temos final para
ambas as equipas logo a abrir o Mundial, num jogo interessante de seguir.
Grupo C: Grupo de Portugal que tem a obrigação de passar. O segundo
lugar, que dá acesso aos Quartos-de-Final deverá estar entregue ao Paraguai, no
entanto o Panamá, depois de uma Qualificação para o Mundial surpreendente e
categórica, poderá manter a capacidade de surpreender. Os Emirados Árabes Unidos
são os outsiders deste grupo e, apesar de serem presença habitual no Mundial
(falharam o último), apanham um grupo com três equipas num excelente momento.
Grupo D: Grupo onde está o Brasil, Taiti e Japão, três equipas do top-10
Mundial, no entanto o Japão, embora apresente uma qualidade de jogo admirável
dificilmente conseguirá lutar contra o Brasil e Taiti. Atenção especial para a
Polónia, que depois de uma surpreendente qualificação tem demonstrado um nível
coerente com a sua presença neste Mundial e deverão colocar dificuldades aos
seus adversários. Será um grupo com jogos competitivos e combativos.
Neste Mundial teremos Portugal a defender o seu título, com o melhor Jogador
e também o melhor Guarda-Redes do Mundo (Madjer e Elinton), que dão à nossa Selecção
um nível que lhe permitirá lutar até ao fim pela revalidação de título. Madjer
certamente será uma mais-valia para a Selecção, mas a nossa equipa cresceu com
o aparecimento de novos jogadores com qualidade, os quais, apoiados pelos mais
experientes (como Alan) e pelo melhor do Mundo, podem colocar Portugal no topo
da modalidade uma vez mais.
O Brasil será a equipa favorita. Depois de anos menos bons, e também
com jogos de manifesta infelicidade, os brasileiros estão de volta a um nível
temível e qualquer jogador pode dar o desequilibrio individual para criar
dificuldades ao adversário, sendo de especial destaque Bruno Xavier, Daniel e Bokinha.
Para o berço desta modalidade perder este Mundial, depois da profunda
reformulação e rejuvenescimento que sofreu, seria um rombo complicado de gerir
e justificar. O Taiti, depois de ter sido Vice-Campeão do Mundo quererá estar
na luta, no entanto o seu nível desceu um pouco e outras equipas cresceram. Como
tal, penso que será complicado estar entre os quatro primeiros desta vez (a
conseguir será a terceira vez seguida), colocando-os a par de Itália como
equipas possíveis de estar nos quatro primeiros, mas que me parecem estar,
nesta altura, abaixo do nível do Irão e da Suiça.
O Irão aparece como Campeão Asiático e com um nível temível,
apresentando um jogo musculado, mas que ganha um perfume especial ao chegar aos
jogadores mais ofensivos, contando ainda com dois Guarda-Redes muito perigosos
fora da área. A Suiça apresentou um nível impressionante em 2009, no entanto, e
de forma abrupta, deixou de fazer parte das Selecções com possibilidades de
criar respeito. Recentemente tem crescido e voltou a apresentar um nível
fantástico, criando uma movimentação ofensiva rápida e imprevisível, com
jogadores tecnicamente capazes.
Assim antevejo como favoritos Portugal e Brasil, colocando Suiça e
Irão na luta, com a possibilidade de Taiti e Itália também se intrometerem. Não
deixar de ver também os jogos da Polónia, Panamá e Equador, equipas competentes
e que darão excelentes espectáculos.
Do ponto de vista individual, olhar atento para os nomes já referidos e
também para Jordan (Portugal), Noel Ott e Stankovic (Suiça), Hosseini e
Ahmadzaden (Irão), Tepa e Bennet (Tahiti) e Ozu (Japão), atletas de uma
qualidade impressionante e com características tão diferentes que demonstram
bem a variedade de momentos espectaculares que este jogo nos darão durante o
Mundial.
Role a bola e Força Portugal!
João Almeida
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