Como é do conhecimento
de todos, o Treinador de Guarda-Redes faz parte de uma Equipa Técnica liderada
e comandada pelo chefe máximo, o Treinador Principal. Uma das principais
características de um bom líder é saber delegar. Normalmente os Guarda-Redes
estão sob a alçada de um Treinador específico: o Treinador de Guarda-Redes. De
seguida, e fazendo uma comparação a meio de trabalho, vou descrever o “Gerente
das Balizas”.
Esclarecendo
posições hierárquicas: o Treinador Principal é o patrão e o Treinador de
Guarda-Redes é um dos seus gerentes.
O que implica
ser “um gerente”? Liderar um processo dentro da liderança do Treinador Principal.
Uma excelente articulação entre as “linhas base corporativas” (o Modelo de Jogo)
e a adaptação ao contexto específico dos Guarda-Redes. Ser parte do processo,
ou seja, uma articulação constante com o produto final, o jogo e o Processo de
Treino como meio para o jogo. Um bom gerente tem de saber tomar decisões,
porque, no final de contas, lidera um processo. A grande diferença está no
seguimento de “guidelines” que vêm do topo da corporação (o Treinador Principal).
Em todo este
processo, há um elemento essencial em qualquer organização. Falo da Comunicação
(formal ou informal), do feedback existente entre todos quantos fazem parte do
processo, quer ao longo do processo em si, quer após o resultado final. Havendo
um líder, e tendo em conta a sua liderança, temos de respeitar as “normas
corporativas” e saber que a qualquer momento podemos “ser ultrapassados” por
uma decisão que vem de cima. Na realidade controlamos o processo e parte da
decisão final, mas não nos podemos iludir e esquecer que quem manda é o “Boss”!
Então, afinal,
lideramos o quê? Essencialmente o processo! Ajudamos a fazer crescer a “corporação”
dentro daquilo que as nossas competências nos permitem: o treino específico dos
Guarda-Redes e a influência do Guarda-Redes na equipa (como um todo). É
importante focarmo-nos no nosso trabalho e naquela que realmente é a nossa
tarefa, pois o Treinador Principal tem imensas áreas com que se inteirar e nós
podemos ser vitais naquela que a nossa responsabilidade: o Guarda-Redes.
Existem momentos que devemos saber valorizar o contacto próximo e a relação que
conseguimos criar com os nossos Guarda-Redes (os nossos trabalhadores), afinal
de contas eles também são o fruto do nosso trabalho e é com eles que crescemos
diariamente. Daí ser importante a transparência, a honestidade e a frontalidade
naquele que é o nosso trabalho específico.
Para finalizar,
há um ponto-chave que pode não ter ficado esclarecido e que é de extrema
importância o esclarecer. Uma corporação (ou equipa) tem uma identidade própria!
Todos fazemos (e somos) parte dela! Não existem grupos dentro da equipa.
Trabalhamos todos para o mesmo, cada um no seu contexto, em tarefas delegadas
pelo líder para chegar ao que realmente interessa – o sucesso do todo em função
do sucesso das partes.
Miguel Menezes
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