Hoje o texto que partilho convosco é mais pessoal e tem como objectivo dar a conhecer um pouco da realidade do meu trabalho desenvolvido até agora no Bahrain, na modalidade de Futsal. Numa altura em que iniciamos uma fase em que se começam a colher os frutos de todo o desenvolvimento e planeamento realizados, hoje fugimos um pouco do contexto de opinião e partilha de conhecimento que tanto pretendo fazer e viajamos rumo ao Médio Oriente para perceber o estágio de desenvolvimento em que nos encontramos e o que venho fazendo pelo Bahrain.
Ao receber a proposta, o desafio foi directo: montar e projectar um plano de desenvolvimento do Futsal para quatro anos civis, sendo que o projecto teria que ter início no espaço máximo de um ano. Neste contexto foi necessário arrancar com um processo de estudo da realidade local. Assim foram colocadas quatro perguntas que necessitavam de resposta urgente de modo a que fosse possível delinear um plano primário da abordagem e dos primeiros passos a serem tomados:
- Há Futsal?
Não, o Futsal no Bahrain não tinha praticantes, embora já existisse Selecção Nacional que tinha participado num torneio de Qualificação para a Taça da Ásia e numa edição dos Asian Indoor Games. Essa equipa foi feita com base em antigos atletas de Futebol e com outros atletas que se distinguiam num torneio entre entidades bancárias que decorria todos os anos no período pós-Ramadão, numa modalidade de 6x6, num campo de Futsal, sendo esta a situação mais próxima da prática de Futsal no país.
- Quem está interessado em promover o Futsal?
O interesse vinha por parte de alguns elementos da Federação, não pelo gosto pela modalidade, mas sim porque o presidente da Asian Football Confederation é do Bahrain e pressionava a Federação local para que fosse um exemplo na promoção das modalidades sob a responsabilidade da FIFA. No entanto, o interesse genuíno pela modalidade vinha por parte da Associação de Bancários do Bahrain, responsáveis pelo torneio 6x6 no período pós Ramadão.
- Há condições físicas para a implementação da modalidade a nível Nacional?
Os 18 clubes profissionais de Futebol têm todos o mesmo tipo de espaço para desenvolver as suas actividades e contam com quatro campos relvados (dois naturais e dois sintéticos), um ginásio de manutenção, edifício administrativo e dois pavilhões para a prática de modalidades cobertas, climatizados e com uma capacidade entre os 400 e os 1200 lugares sentados (alguns apresentam menos um pavilhão ou menos um campo, mas o complexo base é assim).
- Qual a situação dos outros países do Golfo e quais as maiores referências Asiáticas na modalidade?
No Golfo há uma liderança clara no Futsal por parte do Kuwait, com um campeonato profissional implementado com duas divisões. A equipa Nacional do Kuwait tinha tido participações honrosas na Taça Asiática de Futsal, atingindo a sua qualificação para um Mundial da modalidade. O Kuwait foi também pioneiro no Golfo na iniciação de um campeonato Nacional para escalões jovens, iniciando com o escalão de sub-20. O Qatar também tem um campeonato profissional, com vários jogadores estrangeiros e com quase todos os Treinadores estrangeiros. Quanto aos restantes países, nos Emirados Árabes Unidos havia e continua a existir um interesse morno na modalidade, contando também com campeonato nacional, mas na sua maioria com equipas amadoras e sem qualquer plano de desenvolvimento da modalidade. Os outros países do Golfo (Oman e Arábia Sáudita) não tinham qualquer projecto de desenvolvimento de Futsal, algo que agora em 2017 irá arrancar na Arábia Saudita como um dos campeonatos com maior investimento financeiro por parte de uma Federação.
Em toda a Ásia, e numa realidade geográfica próxima do Bahrain, o Líbano já apresenta uma liga profissional e um campeonato sub-20. O Irão, grande poder da modalidade na Ásia, tem o Futsal completamente profissionalizado, tendo também já implementado o Futsal Feminino e as camadas jovens. Fora da zona Oeste e Norte Asiática, os outros países que se têm notabilizado mais na modalidade têm sido o Uzbequistão, Tailândia e Japão.
A construção do nosso projecto tinha duas fases distintas: a primeira fase com a apresentação de um relatório com diferentes visões do caminho a seguir e, após a decisão da Federação, a construção de um projecto com base nessa decisão.
Para a construção do projecto foram apresentadas três propostas, com exigências financeiras absolutamente diferentes e com rapidez de execução também diferenciadas pelos mesmos factores:
- A ideia Megalómana: Baseava-se na urgência de resultados e na rapidez de acção, como exigido inicialmente pelos responsáveis e ia de encontro ao mesmo;
- A ideia da Propagação: Segue princípios de complementaridade e tem diversos níveis de desenvolvimento que apenas são iniciados quando o outro nível é completado e que se vai alastrando a todas as áreas do País;
- A ideia da Propagação mais lenta: Mesmo projecto, mas com objectivos mais faseados e implementação mais lenta, tendo sido esta a escolha do caminho a seguir pela Federação.
Após a escolha do projecto, foi necessário construir os objectivos a curto prazo, a médio prazo e a longo prazo.
- Curto Prazo
O primeiro passo era a construção de uma equipa de trabalho e a distribuição de tarefas, sendo que teriam que reportar tudo junto do Seleccionador Nacional (Eu) de forma a poder ir determinando e coordenando todos os passos. As prioridades imediatas após a constituição da equipa de trabalho foram:
Pedir junto da AFC o apoio logístico para a organização e regulamentação de um campeonato nacional;
Pedir patrocínios junto das redes de contactos;
Dentro dos 10 requisitos da AFC para a oficialização do Campeonato Nacional, dividir os que teriam que ser cumpridos ano a ano até um prazo máximo de três anos;
Planear o Campeonato Nacional para que no prazo de três anos atinja a sua versão final e se auto profissionalize;
Chamar os clubes federados em Futebol para a modalidade sem esquecer os bancos e abrindo a possibilidade de uma partilha do nome da equipa;
Construção de uma equipa de Relações Públicas, com a função de promover, desenvolver e partilhar todas as novidades, a imagem e formar e actualizar todas as redes sociais oficiais;
- Médio Prazo
A Liga teria que se realizar progressivamente tanto no número de equipas como no número de jogos e meses, como tal fez-se uma calendarização sucessiva para o Campeonato Nacional que prevê começar a competição com seis equipas e com a duração de quatro meses, alargando na época seguinte para oito clubes e a duração de seis meses e no terceiro ano para a versão final de 12 equipas, com a duração dos 9 meses exigidos pela AFC. Para responsabilizar e desenvolver a competição introduziram-se as seguintes regras:
Os seis clubes que aderirem e cumprirem os requisitos para fazerem parte desta nova competição terão isenção de taxas na organização de jogos do campeonato profissional de Futebol;
Os seis clubes que aderirem e cumprirem os requisitos terão preparador físico e fisioterapeuta oferecido pela Federação para as suas equipas das camadas jovens de Futebol e Sénior de Futsal;
Divulgação de todas as suas acções junto da modalidade nas suas redes de comunicação social;
Proibição de contratação de jogadores estrangeiros com o objectivo de centrar os gastos financeiros na especialização de jogadores locais;
Correcção de algumas debilidades dos seus pavilhões para que possam receber Futsal financiados pela Federação;
Alargamento das sanções do Futsal para com as equipas nos campeonatos nacionais de Futebol;
Todas as equipas participantes terem que ter três atletas sub-20 nas suas equipas;
Todas as equipas participantes terem que ter um treinador com Nível 1 da AFC e terem que participar num curso interno promovido pela Federação;
Com estas regras e incentivos, oito clubes submeteram as suas inscrições, sendo que dois foram chumbados por não terem treinador com formação necessária. Com o projecto e com a interligação entre clubes e entidades bancárias lançados, foi necessário criar eventos complementares, como o primeiro curso oficial de treinador por parte da AFC e um plano de formações para os Treinadores, com um aconselhamento semanal e com um desenvolvimento das capacidades para o treino específico de Guarda Redes.
Ao mesmo tempo foi também feito um curso de arbitragem junto de todos os árbitros de futebol, todo um processo que durou quatro meses e que culminou com o lançamento do primeiro campeonato nacional para o início do mês de Março de 2016, terminando em Setembro e com um interregno durante o Ramadão. Enquanto todo este processo era desenvolvido, também eram apresentados os projectos junto de diversas entidades, desde o Ministério da Juventude e do Desporto, Ministério da Educação e Comité Olímpico Nacional, na procura de apoios.
A Médio Prazo também estava delineado dar início aos trabalhos da Selecção Nacional sub-20, com o objectivo de participar na Taça Asiática sub-20 em 2017, nesse sentido foi assinado um protocolo com o Ministério da Educação e que incluía as seguintes acções:
Organização anual de um Campeonato Nacional Inter-Escolas sub-18 e sub-15 com o apoio logístico da Federação na cedência de árbitros oficiais, bolas e promoção junto das redes sociais;
Inclusão da modalidade de Futsal no plano de ensino de Educação Física das escolas públicas com 12 aulas anuais em todos os anos lectivos para os quartos, sextos, nono e décimo primeiro anos;
Inclusão na formação contínua dos Professores de Educação Física de um curso de Futsal com a duração de 18 horas e oferecidos pela Federação para que exista uma base de conhecimento;
Visitas às escolas por parte de vários atletas da Selecção Nacional no sentido de criar uma identificação entre a modalidade e os jovens;
- Longo Prazo
A longo prazo e depois de um campeonato nacional perfeitamente estabelecido e já na sua fase final, espera-se que o Futsal no Bahrain inicie um campeonato nacional sub-20 e um campeonato nacional feminino, inicialmente com 4 clubes. No entanto os objectivos mais simples e realizáveis são:
Abertura do campeonato a um máximo de três atletas estrangeiros por clube;
Dar continuidade aos cursos de formação e ter 12 formados por época com o nível máximo de treinador por parte da AFC;
Ter o campeão nacional a representar o País na Taça Asiática de Clubes;
Atingir uma fase final de uma Taça Asiática;
Receber uma fase de qualificação de Futsal;
Colocar o Bahrain no top 70 do ranking Mundial;
Ter um gabinete profissional ao serviço exclusivo de Futsal;
Ter dois jogos tele-visionados por jornada;
Passada uma primeira época desportiva dentro dos prazos estipulados, o Futsal é uma realidade estável no País. O campeonato nacional INTER-ESCOLAS teve mais de 300 crianças participantes e o plano de formação de Professores de Educação Física já foi apresentado e prepara-se para ter início.
Também na Formação de Treinadores há uma forte adesão, contando o Bahrain com 31 Treinadores com o Nível 1, 8 Treinadores no programa de formação contínua e 13 Treinadores com o Nível 2.
O Futsal já ganhou também uma página própria em dois dos jornais desportivos locais e cada jogador tem um ordenado médio de 300 dólares por mês, havendo jogadores que chegam a receber 1000 dólares mensais. A meio do projecto é de assinalar que:
A Selecção Nacional já participou numa fase de qualificação para a Taça AFC;
A Selecção Nacional atingiu a sua primeira vitória em jogos oficiais;
Nestes dois anos apenas se mantiveram na Selecção três jogadores anteriores ao ínicio do projecto;
No último campeonato houve 96 jogadores federados e 4 árbitros oficializados pela AFC, sendo que um já está habilitado pela FIFA;
Extra a todo o projecto foi adicionada a Taça do Rei com o intuito de procurar apoio junto da família Real e de adicionar mais jogos para a época desportiva;
Já decorreu o primeiro campeonato Inter Escolas em sub 15 e sub 18;
Já decorreram dois cursos Nível 1 de Treinador de Futsal e um Nível 2;
A Selecção Nacional sub 20 já se encontra a preparar a participação na Taça AFC, sendo a primeira vez na história que o Futsal do Bahrain participará numa competição continental;
A Associação de Bancários tem perdido preponderância na realidade da modalidade, não por desinteresse mas pelo aparecimento de outras áreas comerciais a quererem apoiar e patrocinar;
O campeonato nacional vendeu o Naming da competição;
Continua a haver o desejo de resultados rápidos, no entanto esses desejos não afectam os passos que devem ser seguidos no desenvolvimento do Campeonato Nacional;
Os materiais de treino, o ambiente competitivo, a seriedade e aproximação ao profissionalismo têm crescido acentuadamente tanto nas Selecções Nacionais como nas equipas participantes;
Assim, o trabalho é cada vez mais e com maior exigência, no entanto com dificuldades permanentes que dificultam a introdução de todo o projecto mas que têm sido contornadas com afinco e dedicação de todos os intervenientes, sendo que vai existindo junto de todos um sentimento de realização e de contentamento com todos os passos dados.
João Almeida
Ao receber a proposta, o desafio foi directo: montar e projectar um plano de desenvolvimento do Futsal para quatro anos civis, sendo que o projecto teria que ter início no espaço máximo de um ano. Neste contexto foi necessário arrancar com um processo de estudo da realidade local. Assim foram colocadas quatro perguntas que necessitavam de resposta urgente de modo a que fosse possível delinear um plano primário da abordagem e dos primeiros passos a serem tomados:
- Há Futsal?
Não, o Futsal no Bahrain não tinha praticantes, embora já existisse Selecção Nacional que tinha participado num torneio de Qualificação para a Taça da Ásia e numa edição dos Asian Indoor Games. Essa equipa foi feita com base em antigos atletas de Futebol e com outros atletas que se distinguiam num torneio entre entidades bancárias que decorria todos os anos no período pós-Ramadão, numa modalidade de 6x6, num campo de Futsal, sendo esta a situação mais próxima da prática de Futsal no país.
- Quem está interessado em promover o Futsal?
O interesse vinha por parte de alguns elementos da Federação, não pelo gosto pela modalidade, mas sim porque o presidente da Asian Football Confederation é do Bahrain e pressionava a Federação local para que fosse um exemplo na promoção das modalidades sob a responsabilidade da FIFA. No entanto, o interesse genuíno pela modalidade vinha por parte da Associação de Bancários do Bahrain, responsáveis pelo torneio 6x6 no período pós Ramadão.
- Há condições físicas para a implementação da modalidade a nível Nacional?
Os 18 clubes profissionais de Futebol têm todos o mesmo tipo de espaço para desenvolver as suas actividades e contam com quatro campos relvados (dois naturais e dois sintéticos), um ginásio de manutenção, edifício administrativo e dois pavilhões para a prática de modalidades cobertas, climatizados e com uma capacidade entre os 400 e os 1200 lugares sentados (alguns apresentam menos um pavilhão ou menos um campo, mas o complexo base é assim).
- Qual a situação dos outros países do Golfo e quais as maiores referências Asiáticas na modalidade?
No Golfo há uma liderança clara no Futsal por parte do Kuwait, com um campeonato profissional implementado com duas divisões. A equipa Nacional do Kuwait tinha tido participações honrosas na Taça Asiática de Futsal, atingindo a sua qualificação para um Mundial da modalidade. O Kuwait foi também pioneiro no Golfo na iniciação de um campeonato Nacional para escalões jovens, iniciando com o escalão de sub-20. O Qatar também tem um campeonato profissional, com vários jogadores estrangeiros e com quase todos os Treinadores estrangeiros. Quanto aos restantes países, nos Emirados Árabes Unidos havia e continua a existir um interesse morno na modalidade, contando também com campeonato nacional, mas na sua maioria com equipas amadoras e sem qualquer plano de desenvolvimento da modalidade. Os outros países do Golfo (Oman e Arábia Sáudita) não tinham qualquer projecto de desenvolvimento de Futsal, algo que agora em 2017 irá arrancar na Arábia Saudita como um dos campeonatos com maior investimento financeiro por parte de uma Federação.
Em toda a Ásia, e numa realidade geográfica próxima do Bahrain, o Líbano já apresenta uma liga profissional e um campeonato sub-20. O Irão, grande poder da modalidade na Ásia, tem o Futsal completamente profissionalizado, tendo também já implementado o Futsal Feminino e as camadas jovens. Fora da zona Oeste e Norte Asiática, os outros países que se têm notabilizado mais na modalidade têm sido o Uzbequistão, Tailândia e Japão.
A construção do nosso projecto tinha duas fases distintas: a primeira fase com a apresentação de um relatório com diferentes visões do caminho a seguir e, após a decisão da Federação, a construção de um projecto com base nessa decisão.
Para a construção do projecto foram apresentadas três propostas, com exigências financeiras absolutamente diferentes e com rapidez de execução também diferenciadas pelos mesmos factores:
- A ideia Megalómana: Baseava-se na urgência de resultados e na rapidez de acção, como exigido inicialmente pelos responsáveis e ia de encontro ao mesmo;
- A ideia da Propagação: Segue princípios de complementaridade e tem diversos níveis de desenvolvimento que apenas são iniciados quando o outro nível é completado e que se vai alastrando a todas as áreas do País;
- A ideia da Propagação mais lenta: Mesmo projecto, mas com objectivos mais faseados e implementação mais lenta, tendo sido esta a escolha do caminho a seguir pela Federação.
Após a escolha do projecto, foi necessário construir os objectivos a curto prazo, a médio prazo e a longo prazo.
- Curto Prazo
O primeiro passo era a construção de uma equipa de trabalho e a distribuição de tarefas, sendo que teriam que reportar tudo junto do Seleccionador Nacional (Eu) de forma a poder ir determinando e coordenando todos os passos. As prioridades imediatas após a constituição da equipa de trabalho foram:
Pedir junto da AFC o apoio logístico para a organização e regulamentação de um campeonato nacional;
Pedir patrocínios junto das redes de contactos;
Dentro dos 10 requisitos da AFC para a oficialização do Campeonato Nacional, dividir os que teriam que ser cumpridos ano a ano até um prazo máximo de três anos;
Planear o Campeonato Nacional para que no prazo de três anos atinja a sua versão final e se auto profissionalize;
Chamar os clubes federados em Futebol para a modalidade sem esquecer os bancos e abrindo a possibilidade de uma partilha do nome da equipa;
Construção de uma equipa de Relações Públicas, com a função de promover, desenvolver e partilhar todas as novidades, a imagem e formar e actualizar todas as redes sociais oficiais;
- Médio Prazo
A Liga teria que se realizar progressivamente tanto no número de equipas como no número de jogos e meses, como tal fez-se uma calendarização sucessiva para o Campeonato Nacional que prevê começar a competição com seis equipas e com a duração de quatro meses, alargando na época seguinte para oito clubes e a duração de seis meses e no terceiro ano para a versão final de 12 equipas, com a duração dos 9 meses exigidos pela AFC. Para responsabilizar e desenvolver a competição introduziram-se as seguintes regras:
Os seis clubes que aderirem e cumprirem os requisitos para fazerem parte desta nova competição terão isenção de taxas na organização de jogos do campeonato profissional de Futebol;
Os seis clubes que aderirem e cumprirem os requisitos terão preparador físico e fisioterapeuta oferecido pela Federação para as suas equipas das camadas jovens de Futebol e Sénior de Futsal;
Divulgação de todas as suas acções junto da modalidade nas suas redes de comunicação social;
Proibição de contratação de jogadores estrangeiros com o objectivo de centrar os gastos financeiros na especialização de jogadores locais;
Correcção de algumas debilidades dos seus pavilhões para que possam receber Futsal financiados pela Federação;
Alargamento das sanções do Futsal para com as equipas nos campeonatos nacionais de Futebol;
Todas as equipas participantes terem que ter três atletas sub-20 nas suas equipas;
Todas as equipas participantes terem que ter um treinador com Nível 1 da AFC e terem que participar num curso interno promovido pela Federação;
Ao mesmo tempo foi também feito um curso de arbitragem junto de todos os árbitros de futebol, todo um processo que durou quatro meses e que culminou com o lançamento do primeiro campeonato nacional para o início do mês de Março de 2016, terminando em Setembro e com um interregno durante o Ramadão. Enquanto todo este processo era desenvolvido, também eram apresentados os projectos junto de diversas entidades, desde o Ministério da Juventude e do Desporto, Ministério da Educação e Comité Olímpico Nacional, na procura de apoios.
A Médio Prazo também estava delineado dar início aos trabalhos da Selecção Nacional sub-20, com o objectivo de participar na Taça Asiática sub-20 em 2017, nesse sentido foi assinado um protocolo com o Ministério da Educação e que incluía as seguintes acções:
Organização anual de um Campeonato Nacional Inter-Escolas sub-18 e sub-15 com o apoio logístico da Federação na cedência de árbitros oficiais, bolas e promoção junto das redes sociais;
Inclusão da modalidade de Futsal no plano de ensino de Educação Física das escolas públicas com 12 aulas anuais em todos os anos lectivos para os quartos, sextos, nono e décimo primeiro anos;
Inclusão na formação contínua dos Professores de Educação Física de um curso de Futsal com a duração de 18 horas e oferecidos pela Federação para que exista uma base de conhecimento;
Visitas às escolas por parte de vários atletas da Selecção Nacional no sentido de criar uma identificação entre a modalidade e os jovens;
- Longo Prazo
A longo prazo e depois de um campeonato nacional perfeitamente estabelecido e já na sua fase final, espera-se que o Futsal no Bahrain inicie um campeonato nacional sub-20 e um campeonato nacional feminino, inicialmente com 4 clubes. No entanto os objectivos mais simples e realizáveis são:
Abertura do campeonato a um máximo de três atletas estrangeiros por clube;
Dar continuidade aos cursos de formação e ter 12 formados por época com o nível máximo de treinador por parte da AFC;
Ter o campeão nacional a representar o País na Taça Asiática de Clubes;
Atingir uma fase final de uma Taça Asiática;
Receber uma fase de qualificação de Futsal;
Colocar o Bahrain no top 70 do ranking Mundial;
Ter um gabinete profissional ao serviço exclusivo de Futsal;
Ter dois jogos tele-visionados por jornada;
Passada uma primeira época desportiva dentro dos prazos estipulados, o Futsal é uma realidade estável no País. O campeonato nacional INTER-ESCOLAS teve mais de 300 crianças participantes e o plano de formação de Professores de Educação Física já foi apresentado e prepara-se para ter início.
Também na Formação de Treinadores há uma forte adesão, contando o Bahrain com 31 Treinadores com o Nível 1, 8 Treinadores no programa de formação contínua e 13 Treinadores com o Nível 2.
O Futsal já ganhou também uma página própria em dois dos jornais desportivos locais e cada jogador tem um ordenado médio de 300 dólares por mês, havendo jogadores que chegam a receber 1000 dólares mensais. A meio do projecto é de assinalar que:
A Selecção Nacional já participou numa fase de qualificação para a Taça AFC;
A Selecção Nacional atingiu a sua primeira vitória em jogos oficiais;
Nestes dois anos apenas se mantiveram na Selecção três jogadores anteriores ao ínicio do projecto;
No último campeonato houve 96 jogadores federados e 4 árbitros oficializados pela AFC, sendo que um já está habilitado pela FIFA;
Extra a todo o projecto foi adicionada a Taça do Rei com o intuito de procurar apoio junto da família Real e de adicionar mais jogos para a época desportiva;
Já decorreu o primeiro campeonato Inter Escolas em sub 15 e sub 18;
Já decorreram dois cursos Nível 1 de Treinador de Futsal e um Nível 2;
A Selecção Nacional sub 20 já se encontra a preparar a participação na Taça AFC, sendo a primeira vez na história que o Futsal do Bahrain participará numa competição continental;
A Associação de Bancários tem perdido preponderância na realidade da modalidade, não por desinteresse mas pelo aparecimento de outras áreas comerciais a quererem apoiar e patrocinar;
O campeonato nacional vendeu o Naming da competição;
Continua a haver o desejo de resultados rápidos, no entanto esses desejos não afectam os passos que devem ser seguidos no desenvolvimento do Campeonato Nacional;
Os materiais de treino, o ambiente competitivo, a seriedade e aproximação ao profissionalismo têm crescido acentuadamente tanto nas Selecções Nacionais como nas equipas participantes;
Assim, o trabalho é cada vez mais e com maior exigência, no entanto com dificuldades permanentes que dificultam a introdução de todo o projecto mas que têm sido contornadas com afinco e dedicação de todos os intervenientes, sendo que vai existindo junto de todos um sentimento de realização e de contentamento com todos os passos dados.
João Almeida
0 Comentários