Não existem
campeões sem mérito, tão pouco existem campeões sem sorte. Eis duas ideias
facilmente associadas à conquista de títulos, sejam eles Taças, Supertaças ou
Campeonatos. Concordando com estas duas premissas, devemos ainda acrescentar mais
dois factores que, no nosso entender, são essenciais para que qualquer equipa
consiga sagrar-se campeã:
A) Crença dos
Jogadores em relação ao Processo de Treino do Treinador (sendo o Processo de
Treino = Modelo de Jogo [Ideias + Princípios] + Operacionalização do Modelo de
Jogo)
B) Identidade
da Equipa (consequência natural do ponto anterior)
Isto a
propósito do título alcançado esta tarde por Paulo Fonseca ao serviço do
Shakhtar Donetsk, o qual impediu o Dínamo Kiev de se sagrar tricampeão
ucraniano, facto que realça e valoriza ainda mais a conquista do antigo
Treinador do 1º de Dezembro, Odivelas, Pinhalnovense, Desportivo das Aves,
Paços de Ferreira, FC Porto e SC Braga.
Paulo Fonseca
deu nas vistas no Pinhalnovense quando, em jogo a contar para a Taça de
Portugal, foi ao Dragão dar boa réplica ao FC Porto de André Villas-Boas.
Seguiu-se o Desportivo de Aves, onde voltou a colocar a sua equipa a jogar um
futebol apoiado, positivo e atractivo. A etapa seguinte levou-o ao Paços de
Ferreira, numa época memorável, que culminou com um espectacular 3º Lugar e a
qualificação para a Pré-Eliminatória da Liga dos Campeões.
Facilmente se
percebeu que tinha qualidade para outros patamares. Pinto da Costa pensou o
mesmo e contratou o Treinador-Sensação de 2012/2013 para comandar os destinos
do FC Porto, mas Paulo Fonseca nunca conseguiu impor-se no Dragão, acabando por
sair a 5 de Março de 2013. Voltou ao Paços de Ferreira e reencontrou a sua
felicidade, ao mesmo tempo que pareceu reencontrar-se consigo mesmo. Mais uma
bela campanha ao serviço dos Castores e novo salto qualitativo na carreira,
desta vez, rumando ao SC Braga.
Na cidade dos
Arcebispos apresentou um futebol empolgante, positivo, atractivo, que
entusiasmou os adeptos arsenalistas e granjeou elogios um pouco por todo o
País. A conquista da Taça de Portugal foi “a cereja no topo do bolo” de uma
época inesquecível e foi igualmente o passaporte para a sua primeira aventura
no estrangeiro.
Os cépticos
não acreditavam que Paulo Fonseca pudesse comandar um balneário que durante
anos a fio esteve sob as ordens de Mircea Lucescu. A derrota frente ao rival
Dínamo Kiev para a Supertaça da Ucrânia (após grandes penalidades) e o
afastamento da Fase de Grupos da Liga dos Campeões (novamente após grandes
penalidades!) pareciam dar razão aos que desconfiavam das capacidades do
Treinador português…mas a verdade é que, depois disso, o Shakhtar Donetsk
perdeu apenas uma vez para o campeonato e foi injustamente afastado da Liga
Europa pelo Celta de Vigo (erro crasso do árbitro da partida disputada em
Espanha)!
Fiel às suas
Ideias, fiel aos seus Princípios e fiel a si mesmo, Paulo Fonseca voltou a
demonstrar em Donetsk as qualidades reveladas ao serviço do Pinhalnovense, do
Desportivo das Aves, do Paços de Ferreira e do SC Braga. Curiosamente (ou não),
essas foram as equipas que mais e melhor acreditaram no Homem e nas suas
Ideias, essas foram as equipas que mais e melhor souberam aproveitar o Homem e
as suas Ideias, essas foram as equipas cujas Identidades ficaram mais
fortemente vincadas…graças ao Homem e às suas Ideias.
Paulo Fonseca
e restante Equipa Técnica estão de parabéns. Pelo bom exemplo que são e pelo
bom exemplo que dão a todos quantos acreditam num Futebol atractivo, com
Ideias, com Princípios, com Personalidade e, como consequência natural da
qualidade do seu trabalho, com bons resultados.
Futebol Apoiado
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