Pensar o treino é uma crónica dentro da temática de Guarda-Redes,
idealizado e focado essencialmente em debater questões relativas ao treino de
Guarda-Redes.
Podemos falar no treino de Guarda-Redes em duas vertentes, o Treino Específico
e o Treino Integrado. No Treino Específico falamos normalmente numa sessão de
treino focada no Guarda-Redes e ministrada pelo Treinador de Guarda-Redes.
Quanto ao Treino Integrado, como o nome o diz, é o treino conjunto e integrado
com a equipa. As questões que quero colocar são simples: Qual o mais
importante? Em qual o Guarda-Redes pode evoluir mais?
Quando penso em temas a abordar nesta crónica normalmente penso em
problemas/temáticas em que me parece existir uma má leitura sobre os mesmos, levando-me
a não concordar com algumas opiniões veiculadas. Daí a importância de reflectir
sobre determinados assuntos e de os discutir. Este é um tema que penso que
possa ser controverso. Porquê? Como treinador de Guarda-Redes, e antigo
Guarda-Redes, sei a importância de um bom Técnico de Guarda-Redes e de um bom
acompanhamento. Mais ainda a influência que isso pode ter no rendimento do
Guarda-Redes.
Normalmente o Treinador de Guarda-Redes, principalmente no amadorismo e semiprofissionalismo,
tem uma procura incessante pelo seu espaço e pelo seu tempo (o trabalho
específico). Penso que todos os Treinadores procuram a valorização do seu
trabalho e da sua posição. No caso dos Treinadores de Guarda-Redes é uma
situação específica, mesmo assim nunca nos podemos esquecer que trabalhamos
para uma EQUIPA e que o trabalho/treino do Guarda-Redes deve ser GLOBAL. Mais
ainda que o jogo do Guarda-Redes não é o Treino Específico, mas sim o JOGO.
Parece controverso, mas é verdade. Treinamos o jogo para jogar o jogo.
Penso que é aqui que começam os problemas de incongruência de pensamento
no trabalho específico do Treinador de Guarda-Redes. Pensando em dados simples,
o Guarda-Redes vai ter um maior número de horas de Treino Integrado do que
específico. E, na minha opinião, está correctíssimo, seja em que etapa for! A
questão é: como Treinadores de Guarda-Redes, a nossa função não é dar o Treino
Específico e acabou a nossa função. Há muito mais além disso, tem de haver! A
constante procura pela melhoria, pelo detalhe e pelo pormenor que vai fazer a
diferença deve começar no trabalho integrado. É aí que os maiores erros vão
surgir, é aí que devemos estar presentes para os tentar, se possível no
momento, corrigir, sempre de uma maneira adequada e nunca prejudicando a
performance dos nossos Guarda-Redes.
Principalmente na Formação esta é uma questão que não vejo ser abordada
com a devida importância. Atenção, não é “comando de playstation” atrás da
baliza a dizer o que fazer! É observar atentamente, estar perto, deixar errar, experimentar
e depois questionar e corrigir em momento oportuno (nunca deixando passar até
ao final da sessão, principalmente em escalões de Formação).
Para concluir: Qual dos dois é mais importante? O Treino Integrado, mas
de uma forma acompanhada e com o foco na correcção e melhoria constantes. Em
qual o Guarda-Redes vai evoluir mais? Esta é uma questão mais ampla. Nos termos
técnicos específicos, o Treino Específico é claramente vital na correcção e
melhoria. Quando falamos em situações de jogo, posicionamentos, leituras e
tomadas de decisão, então o Treino Integrado devidamente acompanhado será
claramente aquele que fará o Guarda-Redes evoluir mais.
Esta é uma luta nossa (dos Treinadores de Guarda-Redes)! A procura pela
constante evolução, a reflexão contínua e a observação permanente dos nossos
Guarda-Redes. Seguimos mais fortes!
Miguel Menezes
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