O 1º episódio de um programa chamado "Gurus do Futebol" (no qual se fala dos melhores
Treinadores de Futebol do mundo, apresentando os seus perfis e carreiras) foi sobre José Mourinho. Num programa com
cerca de 45 minutos, José Mourinho mostrou-se como ele é! Irreverente,
controverso, polémico, inteligente! Como particular apreciador de todo o seu
sucesso como Treinador, fui tentando registar algumas frases e ideias de
destaque, ao longo da entrevista, de modo a reflectir acerca delas e levar os
nossos leitores a procurar fazer o mesmo.
A entrevista começa logo com uma frase marcante ao dizer que “Ser treinador é o emprego mais difícil do
mundo” e justifica-se dizendo que ninguém à volta do Futebol procura
estabilidade, desde os jogadores, aos agentes, passando até pelos próprios
clubes, todos procuram a mudança num mundo do Futebol onde cada vez impera mais
o dinheiro. É por isso que torna o trabalho dos Treinadores sempre mais
complexo e instável.
Quando questionado sobre o que diferenciava os melhores Treinadores,
se eram as lideranças, se eram as metodologias, se eram as várias formas de “ler
o jogo”, Mourinho responde dizendo que “É TUDO”, pois é a conjugação de vários
factores e da leitura correcta de todos os detalhes que vai ditar se o Treinador
é, ou não, competente. Destaca ainda que
é necessário saber trabalhar sobre pressão, pois, por exemplo, saber ler o jogo
sobre pressão pode dificultar a opção correcta do treinador.
A determinada altura a entrevista aborda a questão dos Treinadores
que gostam de valorizar os seus percursos académicos ou seus os percursos como
ex-jogadores profissionais como algo essencial para chegar a Treinador Profissional.
Perante isto o Special One diz que, quando iniciou a carreira, também pensava
que seriam determinantes esses atributos, mas quando começou a sua ascensão
percebeu que não é só por estudar desporto/futebol ou ter sido um ex-atleta de
topo que se chega a tornar-se um bom Treinador.
Sobre as relações com jogadores, um tema sempre essencial nos
dias de hoje, José Mourinho afirmou que
“o mais importante é ter uma relação honesta”, assumindo ter tido relações
espantosas com alguns jogadores e com outros nem por isso, mas o importante é
que independentemente disso continuou a ganhar.
"A honestidade não é uma boa qualidade no futebol, às
vezes é melhor ser politicamente correcto".
Questionado sobre como é que Portugal, sendo um país tão
pequeno, conseguiria ter tanto talento, desde Treinadores, jogadores, árbitros
e até agentes, o treinador do Manchester United responde dizendo que a “PAIXÃO”
por este desporto será umas das grandes justificações, referindo também que, de
forma geral, em Portugal, se trabalha bem na Formação.
Outras das questões interessantes abordadas pelo jornalista
foi o uso dos “mind-games” em que Mourinho diz que nem ele se considera “um expert
em mind-games”, pois, segundo ele, raramente tem o objectivo de afectar os
adversários com as suas palavras, procurando sempre ser ele próprio em todas as
conferências de imprensa.
Antes de terminar a entrevista, o ex-treinador do Chelsea foi
questionado sobre o que teriam sido os pontos mais altos e mais baixos da sua
carreira, ao que responde que o mais alto foi a felicidade da Champions League
pelo Inter e pelo orgulho da Champions League no F.C.Porto. Os pontos mais
baixo terão sido as 3 meias-finais da Champions League onde perdeu, sendo que,
em duas delas, foi eliminado nas marcas da grande penalidade.
Acaba a entrevista dizendo que não pensa como quer ser
recordado quando acabar a carreira e dizendo que quando se retirar será de
forma definitiva.
“Melhor qualidade para ser um profissional é amar o clube” –
JM
E vocês o que pensam sobre a profissão de treinador? O que
diferencia os melhores treinadores? O que se deve valorizar no trajecto? Que
relações se devem ter com os atletas?
Rui Gomes
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