Heat Map Manuel Neuer |
Desde a criação do Futebol até à maneira como o conhecemos nos dias de hoje, o guarda-redes (GR) sempre foi uma peça vital no jogo. Com a evolução do Futebol, das regras e do treino, o GR evoluiu nas suas ações e na maneira como interage com os outros elementos do jogo (colegas, adversários, bola, etc).
As mudanças mais drásticas decorreram da alteração das
regras, tanto da regra dos 3 passos com a bola na mão como a de não permitir
que se agarrasse a bola aquando de um atraso. Isto influenciou o GR, obrigando-o
a trabalhar características que anteriormente não eram requisito, como, por
exemplo, o jogo de pés. Com os avanços tecnológicos, a bola e as condições dos
campos de futebol modificaram-se, afectando principalmente a velocidade à qual
o jogo se processa.
A visão “o gordo vai à baliza” é passado. O GR é um atleta cada
vez mais completo, com características peculiares, tornando-se um “ser”
especial no jogo e no treino. Até mesmo para o público, o GR é o jogador que
tem como principal função impedir aquilo que de mais atractivo o jogo tem – os golos!
A principal tarefa do GR continua a ser defender, no
entanto, há já a percepção de que o GR não é só aquele que defende “dentro de
postes”, passando a ser também alguém capaz de antecipar situações e executar
em função de uma leitura e de uma tomada de decisão. Na minha opinião, esta é a
transição que acontece actualmente com o GR: a passagem do GR que tem como
principal função defender para o GR que controla o seu espaço, tanto na
profundidade, como cruzamentos, etc, e que é parte activa do jogo ofensivo da
sua equipa.
A meu ver, nos dias de hoje, para se ser um GR top, o
patamar de exigência está muito elevado. Já não são só os GR’s grandes ou só os
que defendem muito, estamos muito mais para além disso. Falamos hoje de um GR
fisionomicamente de estatura e envergadura elevada (acima de 1,85m de altura),
muito ágil e rápido em espaços curtos, muito forte nas ações dentro de postes,
muito forte nas ações no espaço (postura pró-ativa), com elevada capacidade de
jogar com os pés e que decide e antecipa com qualidade os vários contextos.
Aqui podemos levantar uma questão: como é que um GR aos 20
anos pode ser GR top se, em teoria, tem de ter um acumular de experiências para
poder decidir bem em função dos vários contextos?
Para concluir: então e os outros GRS? Os de estatura mais
pequena? Os que não são fortes no espaço? Os que não são fortes no jogo de pés?
Abordarei essas questões nos próximos artigos.
Miguel Menezes
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