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| O Mónaco de Leonardo Jardim 2014-2019 |
Quem não se
lembra do “novo milionário” Mónaco? Uma equipa que pretendia ajudar a mudar o
paradigma mundial com um investimento de milhares de milhões no reforço do
plantel com a entrada de super-reforços e que se candidatava a uma entrada no
lote restrito de equipas que dominam o futebol mundial. Dmitry
Rybolovlev é o magnata russo que sonhou com esta loucura e transformou-a em
algo real, conseguindo resgatar o clube da Ligue 2 em 2013 e passando em
seguida o desenho do papel para a realidade, com gastos a rondar os 177 milhões
de euros, numa tentativa desmedida de destronar o seu grande rival interno, o
Paris Saint-Germain.
A época 2014/2015 viria a ser o ponto de viragem. A entrada de
Leonardo Jardim no clube do Principado do Mónaco viria a coincidir com uma
mudança na abordagem ao mercado, condicionada pelo fair-play financeiro, mas
também por problemas na vida pessoal de Dmitry Rybolovlev. A venda de
importantes ativos financeiros viria a condicionar o trabalho do novo treinador
nas suas duas primeiras épocas com a saída de jogadores como James Rodriguez,
Falcão, Kondogbia, Ferreira-Carrasco, Stekelenburg, Kurzawa, Martial,
Abdennour, Abidal etc. Apesar de tudo o clube conseguiria deixar uma boa imagem
na competição mais importante a nível de clubes, alcançando as fases finais da
competição com uma equipa reformulada dentro de um novo projeto desportivo,
munido de elementos jovens contratados a preços mais baixos que o usual por
Dmitry Rybolovlev.
Ao contrário da época anterior em que por esta altura sonhava
rivalizar com o PSG pelo título da liga francesa e viria a perder a corrida, o
Mónaco de LJ está a surpreender tudo e todos lutando em todas as frentes e
ocupando o 1º posto da Ligue 1, sendo mesmo chamada de Máquina Goleadora.
SURPRESA? Leonardo Jardim tem subido a pique na sua carreira graças aos
trabalhos consistentes que realizou pelos clubes por onde tem passado, sendo de
notar equipas equilibradas no campo com uma consistência defensiva de realçar.
A verdadeira surpresa deste Mónaco vem pela consistência do
projeto lançado e pela integração do seu treinador nesse contexto, pois quando
Leonardo Jardim chega ao clube esperaria tudo menos um corte no orçamente e a venda
dos principais ativos. Toda a esquemática equacionada contraria a norma usual
em que o treinador pouco tempo tem para demonstrar o seu valor, conferindo-lhe
o seu cunho pessoal e indo ao encontro do pretendido: Resultado Desportivo e Financeiro.
O treinador português teria um olhar entusiasmante nos
mercados de transferências, aliando experiência na espinha da equipa com
elementos como Subasic na baliza, Raggi e a contratação Glik na defesa, João
Moutinho no meio-campo e os recéns recuperados dentro do clube, Falcão e
Germain no ataque. A esta base experiente viria a juntar elementos jovens com
elevada qualidade, conferindo-lhes o espaço necessário para crescer e encontrar
o seu lugar dentro do plantel.
São exemplos desses jovens algumas das principais joias da
equipa como o experiente lateral Sidibé, o consistente Jemerson no centro da
defesa, o polivalente Fabinho e os talentosos Bakayoko e Lemar no meio-campo,
além da super-estrela em ascensão e um dos maiores talentos mundiais, Bernardo
Silva.
Olhando para o projeto desportivo futuro, equacionam-se
algumas vendas como Bernardo Silva, que é bastante cobiçado pelos tubarões
europeus, mas parece estar tudo precavido com jovens que se encontram à procura
do seu espaço. Elementos como Mendy e o recém-contratado Jorge (craque) à
esquerda da defesa, Diallo no centro da defesa, Boschilia, Traoré, Rony Lopes e
Mbappé a conferir poder de fogo do meio-campo para a frente, dão certezas de que
o futuro já a ser precavido.
Máquina Goleadora? Sim, claro. Todos sabem o seu percurso
dentro do clube e o treinador aposta bastante em cada um deles, dotando-os de
tudo o que precisam para crescerem enquanto jogadores e equipa e a conseguir
tirar-lhes a pressão de cima. Tudo isto é traduzido num futebol positivo,
demonstrando uma faceta ofensiva de LJ ainda não conhecida e um verdadeiro
vendaval de golos.
Como conseguiu
tudo isto num curto espaço de tempo e tornar este Mónaco numa equipa letal na
frente de ataque e manter a consistência defensiva?
Tudo isso irei abordar no próximo artigo, com detalhes sobre
a máquina bem oleada do Principado do Mónaco.
Ricardo Carvalho
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