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Mudar mentalidades: A aposta no jovem Guarda-Redes Português


Sou defensor de uma lógica de aprendizagem através do jogo, para o qual se deve trabalhar e através do qual advirá grande parte da evolução de um Guarda-Redes, mesmo tendo em conta toda a especificidade inerente à posição (não descartando nunca toda a importância do trabalho técnico, etc.).
Tendo em conta o caminho normal da aprendizagem nem tudo será perfeito, irão existir erros, mas deverá existir também espaço para errar, pois o Guarda-Redes não é diferente de um jogador de campo nesse aspecto. Para existir uma aposta clara no jovem Guarda-Redes português temos de ter em conta este processo, medir quais são as nossas necessidades e quais são os nossos planos a curto, médio e longo prazo, percebendo que podemos estar a potenciar o futuro do clube e do país.
Lembrem-se de Rui Patrício… Se Paulo Bento não tivesse apostado neste jovem provavelmente hoje não seria o Guarda-Redes da nossa Selecção Nacional. Rui Patrício cometeu os seus erros! Mas teve espaço e oportunidade para o fazer, sempre com um trabalho contínuo na sua retaguarda (do Treinador de Guarda-Redes principalmente), merecendo sempre o voto de confiança por parte do Treinador Principal.
Um caso mais recente aconteceu na época passada. João Miguel Silva, do Vitória de Guimarães, tendo Sérgio Conceição apostado no jovem português. Com excelentes resultados! Mas certamente esses frutos poderão vir a ser colhidos de uma forma mais sustentada numa perspectiva a médio/longo prazo. E é aí que os clubes e estruturas técnicas normalmente falham, porque quem quer resultados, quer resultados no momento e descura-se completamente uma lógica a longo prazo, de sustentabilidade para os clubes e para o próprio Futebol Português.
À partida para este texto, foi com agrado que li um pequeno estudo da Última Barreira (The UB), na segunda edição da sua revista, sobre a aposta clara que tem existido nas três últimas épocas em relação ao Guarda-Redes português (no que diz respeito à Primeira Liga). Está na hora de olharmos para este facto através de uma óptica mais ampla. Existindo uma maior aposta no Guarda-Redes português isso irá também reflectir-se positivamente nos jovens Guarda-Redes. Agrada-me esta possível mudança, mas chegará?
Por onde passará o futuro do jovem Guarda-Redes português? Equipas “B”? Empréstimos? O Guarda-Redes precisa de jogar para evoluir, isso é um facto! O que será necessário fazer para apostar no jovem Guarda-Redes português? Maior valorização do produto nacional? Correr riscos? Tomar decisões com um olhar para o futuro? Limitação de jogadores estrangeiros? A meu ver são questões essenciais sobre as quais devemos reflectir e pensar seriamente. Pensem… quem será o nosso Guarda-Redes de Selecção A daqui a 5 ou 10 anos? 

Miguel Menezes



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