Advertisement

Main Ad

É disto que o meu Povo gosta!


É, sem dúvida, disto que o meu povo gosta. A expressão, da autoria do falecido Jorge Perestrelo, relatador português que escreveu o seu nome na história do Futebol Português pela maneira apaixonada como exercia a sua função dentro do espectáculo do Futebol, dá o mote para o que nos aguarda no próximo dia 1 de Abril pelas 20.30h, num Estádio da Luz vestido de vermelho e misturado com tons de azul. Não é mentira não senhor, joga-se o S.L.Benfica x F.C.Porto e pode decidir em grande parte o campeão português da temporada 2016/2017.
Em jeito de antevisão, aparece a equipa da casa, campeã em título, com grande vontade de reescrever o seu nome na história do Futebol nacional, conquistando o inédito tetracampeonato para o Benfica. A equipa de Rui Vitória recentemente baixou a sua qualidade de jogo, permitindo ao seu rival uma recuperação de seis pontos na tabela classificativa. Apresenta, tal como abordei no artigo “Gentlemanização de Rui Vitória”, duas caras (ou duas abordagens diferentes) quando comparamos os jogos teoricamente mais acessíveis com os jogos teoricamente mais fortes (jogos grandes). E nestes reconhecemos que o rácio do Treinador encarnado não é famoso, o que, todavia, não o impediu de acrescentar títulos ao já carregado Museu Cosme Damião.
Mas mais do que imaginar com que peças iniciais Rui Vitória abordará o ataque ao tetra, estou curioso em saber com que ideias o fará. Se aborda o jogo de forma contida, dado que tem mais um ponto e mantendo a vantagem pontual só depende de si para no fim levantar o caneco, concedendo assim as rédeas do jogo ao adversário, ou se opta por uma atitude autoritária perante o jogo. Os primeiros quinze minutos serão vitais para observarmos em que plano se exprimirá o futebol encarnado. Em palavras mais precisas, veremos o Benfica balanceado no ataque ou o Benfica de Dortmund? A resposta será dada Sábado. Relembrar as circunstâncias em que o Benfica venceu o título anterior, em Alvalade, a um ponto da liderança. Novo ano, igual cenário, papéis invertidos.
Quanto ao Porto de Nuno Espírito Santo, não esquecer que vem de um resultado altamente penalizador, pois o empate em casa frente ao Vitória de Setúbal impede a equipa de abordar este jogo na liderança do campeonato. À entrada para o jogo, este factor estará presente na parte psicológica dos jogadores, disso não tenho dúvidas. Ainda assim, os pergaminhos do clube ultrapassam estas pequenas-grandes questões e certamente que Nuno Espírito Santo apelará à alma portista, uma vez que nos últimos anos estamos habituados a grandes festas do clube da Invicta em pleno Estádio da Luz.
No que diz respeito aos focos de interesse em relação a este Porto, são de realçar dois tópicos: a necessidade de provar frente ao Benfica se o grande momento que o F.C.Porto atravessa se deve a um crescimento colectivo ou a uma injecção de irreverência por parte do reforço de Inverno Tiquinho Soares. Bem sei que um jogador sozinho não tem o poder de dar a volta ao momento de uma equipa, mas pode dar o mote… e deu! O segundo tópico de interesse tem a ver, precisamente, com o homem que perdeu protagonismo com a chegada de Tiquinho: André Silva. Se será compatível com Soares, numa decisão do título em pleno Estádio da Luz e, caso NES assim o entenda, que contributo dará à sua equipa.
Como amante do Futebol Espectáculo sonho por uma entrada destemida das duas equipas. Sonho com golos de parte a parte. Sonho um dia ver jogos destes numa sala de cinema. Porque afinal, é disto que o meu povo gosta. E Jorge Perestrelo, onde quer que esteja, chora de alegria ao testemunhar a magnificência do seu Futebol.

                                                                          Pedro Cardoso


Enviar um comentário

0 Comentários