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O Futebol Feminino e algumas das suas Barreiras Sociais


Vivemos num país onde o Futebol reina, onde somos “entupidos” de manhã à noite com notícias e não notícias do Benfica, Porto e Sporting. Porém, na minha humilde opinião, isso não quer dizer que Portugal goste de Futebol. Muito pelo contrário. O português gosta que o seu clube “grande” ganhe, gosta de se aliar ao sucesso alheio e viver socialmente “bem” com isso.
Ora, esse tipo de mentalidade (ou falta dela) faz com que não se apoiem os clubes da região, as colectividades mais pequenas e, de arrasto, o Futebol Feminino. É um bocadinho como o Futsal…que só a partir de 2001, e com o aparecimento do Benfica, é que ganhou destaque e apoio à modalidade, sendo que o clube da Luz foi “convidado” directamente para a 1ª Divisão e logo nesse ano ficou em 2º lugar. Um bocadinho à imagem da 1ª Divisão Feminina de Futebol deste ano.
É mentira que o Futebol Feminino esteja a dar os primeiros passos. O que acontece é que só agora é que surgiu um clube grande e outro habituado a mais mediatismo em relação aos outros mais pequenos. E por isso agora fala-se um pouco mais sobre o “Futebol das Mulheres” (apesar de ser mais do mesmo…). Essa vontade é da Comunicação Social e sempre com a marca Sporting por trás. Ainda não há publico a ver os jogos, ainda não há sponsors interessados e ainda se olha muito de lado para o Futebol Feminino.
Só assim eu compreendo que existam tantas goleadas no principal escalão do Futebol Feminino Nacional, que existam equipas a jogar com 9 e 10 jogadoras na 2ª Divisão Nacional e um amadorismo muito grande que ainda aflige todos os sectores. Por isso mesmo, e tendo como exemplo o trabalho das “minhas craques do Clube Condeixa”, sei que elas fazem pequenos milagres para se manterem a jogar de forma competitiva e sempre com um sorriso no rosto. Mas se regionalmente não há uma notícia do jogo de domingo, como podemos pedir que a nível nacional exista alguma menção sequer à classificação?
Elas correm por gosto, por amor ao Futebol, pelas amizades. Não correm por dinheiro e muito menos por fama, mesmo que por vezes possam ser olhadas por desconfiança por quem não gosta verdadeiramente de Futebol e muito menos do “Futebol das Mulheres”.
No nosso País, o Futebol ainda não é das mulheres, mas terá de o ser rapidamente. Nós fazemos a nossa parte e os clubes redobram esforços também.
Pede-se mais à sociedade!

                                                                           José Sobral

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