A posição de Médio
Defensivo, igualmente conhecida como “Trinco” ou “Posição 6”, tem evoluído
imenso nos últimos anos. Contudo, principalmente em Portugal, ainda existe a
ideia preconcebida de que o Médio Defensivo é aquele jogador a quem basta ter um
grande porte físico (em força e altura) e algumas características como bom
ocupador de espaços e/ou recuperador de bolas.
Estas
características de Médio Defensivo observam-se em diversos clubes do nosso país,
desde amadores (Campeonato Distrital), passando pelo CPP (Campeonato de
Portugal Prio), Segunda Liga e ainda na Primeira Liga de Futebol Profissional. No
principal escalão do Futebol Profissional em Portugal temos o exemplo dos 3
“grandes”, com jogadores como Danilo (Porto), William Carvalho (Sporting) e
Fejsa (Benfica). Também, e ainda na Primeira Liga, encontramos Ídris (Boavista), Cauê
(Moreirense), Mikel Agu (Setúbal), entre outros jogadores.
Atenção, não
quero com isto dizer que estes jogadores não têm qualidade e que a componente
física e as outras características defensivas não são importantes…mas analisemos
algumas equipas consideradas como top a nível mundial: Busquets (Barcelona),
Weigl (Dortmund), Xabi Alonso (Bayern M.), Pjanić (Juventus), Verratti (PSG).
Percebem onde quero chegar?
“A guerra do
músculo vs inteligência! A guerra do físico vs técnica! A guerra do ser grande
e forte vs pequeno e inteligente!”
Se por um lado
a missão defensiva (desde o apoio à defesa até ao “dobrar os colegas”) tem
grande importância, a missão ofensiva também é essencial. Na minha opinião, o
que distingue um Médio Defensivo bom de um Médio Defensivo excelente é a sua
capacidade para apoiar o ataque. Assim o Médio Defensivo deve possuir características
como a relação técnica com a bola, a visão de jogo, o passe longo, o fornecimento de linhas de passe aos colegas e até a organização do jogo ofensivo. Caso contrário,
e levando ao extremo, estamos a ter um médio que no processo ofensivo é um jogador a menos para auxiliar a equipa.
Xabi Alonso (que
irá terminar a carreira no final desta época) tem sido um jogador notável
dentro e fora das quatro linhas, pois mesmo passando por grandes campeonatos,
como o Espanhol, o Inglês e o Alemão conseguiu, sempre que foi chamado, mostrar
a importância de um “6” ter qualidades ofensivas, para além das habituais características
defensivas da posição.
Embora
compreenda que todas essas características do perfil para a “Posição 6” tenham
de ser analisadas caso a caso, penso que tanto os clubes como os Treinadores
devem aprender com os clubes mais desenvolvidos e perceber as vantagens
existentes em todos os aspectos, neste caso, na mudança desse paradigma da “Posição
6”.
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